Uma estratégia de produto completa deve fornecer todas as informações necessárias para que os times envolvidos estejam alinhados e saibam exatamente como agir para alcançar os resultados esperados. Procurando exemplos de framework que possam te ajudar com isso? Aqui separamos 3 possibilidades que com certeza vão tornar o seu trabalho mais eficiente.
Todas essas dicas foram passadas pelo Raphael Farinazzo em sua Mentoria em Grupo na Comunidade PM3, cujo tema foi Tática e Estratégia de Produto. Na ocasião, ele compartilhou sua visão sobre os melhores frameworks, baseada em suas próprias experiências no mercado de Produto.
1. As 5 decisões fundamentais
De acordo com o livro “Jogar para vencer: Como a Estratégia Realmente Funciona”, de Roger L. Martin e A. G. Lafley, você pode definir uma estratégia de produto com base em 5 decisões fundamentais:
- O que vamos ganhar?
- Onde vamos jogar?
- Como vamos vencer?
- Quais habilidades devemos ter?
- Quais são os sistemas e medidas de gestão necessários?
Vejamos a seguir um pouco mais sobre o papel que cada uma destas questões desempenha:
O que vamos ganhar?
O primeiro passo deste exemplo de framework é definir muito bem o propósito da sua estratégia. Ou seja, o que você pode definir como vitórias específicas que vão te guiar ao futuro ideal?
Caso você não tenha isso muito claro, corre o risco de desperdiçar o tempo da sua equipe e o dinheiro dos investidores. Lembre-se: não é sobre participar, é sobre ganhar!
Onde vamos jogar?
Uma outra regra importante é que você não pode ganhar tudo ou agradar a todos. Esse é um erro grave, do qual você pode se prevenir se souber restringir estrategicamente o seu foco.
Por isso, é fundamental definir aspectos que ajudam a desenhar com mais precisão o público ao qual seu produto se destina, como região, canais, segmento e persona.
Assim, você estabelece os limites onde sua empresa é mais competitiva, aumentando as chances de obter os melhores resultados possíveis.
Como vamos vencer?
Para responder a essa pergunta, você deve olhar para o seu produto e para os concorrentes, decidindo qual a melhor forma de gerar valor para o mercado.
Em outras palavras, é definir o diferencial, mas ir além disso. É analisar as possibilidades de manter uma entrega exclusiva por um período maior, oferecendo um retorno superior para o seu público-alvo.
Quais habilidades devemos ter?
Aqui você vai precisar pensar nos pontos fortes da empresa e do time. Para que as outras decisões funcionem, quais são as habilidades essenciais? Se comunicar com o público? Inovar? Ter um bom posicionamento?
Quais são os sistemas e medidas de gestão necessários?
Para tomar esta decisão, é importante pensar sob uma visão de gestão. Considerando que a estratégia de produto deve ser executada por pessoas, é preciso definir os mecanismos que vão capacitá-las para tal, assim como para acompanhar todo o processo.
Isso envolve contratar novos recursos e ferramentas, acionar parcerias, elaborar treinamentos, contratar novos colaboradores, entre outras medidas.
2. Análise SWOT
A análise SWOT é um dos exemplos de framework já bem conhecido e utilizado em estratégias de produto. Por meio dela, é possível identificar as forças e fraquezas (ambiente interno), ameaças e oportunidades (ambiente externo) atreladas ao seu produto.
Forças
Aqui você deve incluir os diferenciais do seu produto e todas as vantagens que ele apresenta em relação à concorrência. Além disso, tudo que está sob o seu controle e que pode beneficiar o seu produto também pode ser classificado como força.
Mas vale lembrar que tudo que for incluído deve ser baseado em dados, informações e pesquisas que sustentam cada uma das forças. Isso evita que sua análise caia na armadilha de ser elaborada segundo “achismos” nada eficientes.
Fraquezas
Por outro lado, as fraquezas nada mais são do que os pontos que podem causar um impacto negativo ao seu produto e aos objetivos que você e seu time pretendem alcançar.
Pode ser bem difícil apontar defeitos para o próprio trabalho, por isso, cuidado! Um dos erros mais comuns na SWOT é não colocar sinceridade nela, o que é um desperdício de tempo. Seja realista ao apontar problemas e pense em como eles podem ser, aos poucos, transformados em forças também. Conte com o apoio de sua equipe para tornar esse desafio mais transparente e verdadeiro.
Oportunidades
As oportunidades são fatores externos que têm um impacto positivo para o seu produto, mesmo que você não tenha controle sobre eles. Mapear cada uma delas (também aproveitando insights de estudos e pesquisas) é uma forma de estar sempre preparado.
Sendo assim, monitorar o mercado e a concorrência, a política econômica e o comportamento do consumidor são algumas atitudes estratégicas que fazem parte dessa perspectiva.
Ameaças
Naturalmente, as ameaças são o oposto das oportunidades. Elas se relacionam com os riscos atrelados ao seu produto, que não estão sob seu controle e que podem prejudicar toda a estratégia.
Ou seja, apesar de serem situações imprevisíveis, é fundamental pensar nas possibilidades como forma de se preparar e se proteger caso realmente aconteçam.
Fuja de definições muito genéricas e que podem não representar de fato uma ameaça. Um erro comum, por exemplo, é classificar a concorrência como uma ameaça, por puro vício. Procure pensar até que ponto a presença de outra marca no mesmo mercado pode impactar a sua estratégia negativamente, trazendo evidências concretas que sustentem cada afirmação.
3. As 5 forças de Porter
Neste exemplo de framework, você vai identificar como cada uma das forças externas do mercado impacta o seu produto. Fornecendo uma visão mais analítica do contexto competitivo, o papel de concorrentes, fornecedores, compradores, novos entrantes e substitutos ficará muito mais claro dentro da sua estratégia.
As 5 forças de Porter são:
Rivalidade entre concorrentes
A concorrência é um fator sempre presente em qualquer framework de estratégia de produto. Isso porque os concorrentes inevitavelmente vivem na mira das empresas, especialmente no desenvolvimento de novos produtos e na busca por diferenciação no mercado.
No entanto, o nível de concorrência pode variar, dependendo de fatores como:
- O número de concorrentes diretos;
- Semelhança de produtos, tamanho e potência;
- Custos muito elevados;
- Barreiras de saída.
Sendo assim, analisar cada um deles e entender como de fato estão afetando o seu produto é uma maneira de obter insights como se posicionar melhor.
Poder de negociação dos fornecedores
Os fornecedores também podem ter um impacto expressivo nos ganhos atrelados ao produto, já que você precisa deles para o fornecimento de matéria-prima.
Por isso, é importante entender de que forma o seu produto está posicionado em relação a eles. Se o que você produz não é prioridade para os fornecedores ou gera muitos custos, por exemplo, a dependência será maior no seu lado da parceria. Isso aumenta o poder de negociação deles, que podem te pressionar em algum momento.
Ameaça de produtos substitutos
Nesse caso estamos falando dos concorrentes indiretos. Ou seja, empresas que não vendem o mesmo produto que você e talvez nem estejam focadas no mesmo nicho, mas que, de certa forma, também atendem às necessidades e desejos do seu público-alvo.
É muito importante ficar atento a esses concorrentes, que podem exigir mudanças profundas na sua estratégia para que o seu produto não seja substituído.
Um exemplo disso é a competição indireta dentro do setor de entretenimento. Caso você esteja entediado, você pode optar pelo streaming, pelo videogame ou pelo feed de uma rede social. Ainda que sejam produtos diferentes, um pode substituir o outro para atender a uma mesma necessidade.
Poder de negociação dos clientes
Aqui o objetivo é entender melhor qual a força de influência do cliente para o seu produto, especialmente em relação à sensibilidade ao preço.
O consumidor sempre busca pagar menos, então é preciso identificar se isso chega a ser uma ameaça para você. Caso seu produto não possa ter um preço mais baixo, por exemplo, sua missão será levantar alternativas que o impeçam de ir para a concorrência.
Ameaça de novos entrantes
A chegada de novos concorrentes também é uma força que precisa ser monitorada. Eles podem causar agitação e curiosidade suficientes para tirar as atenções do seu produto, fazendo com que você perca espaço no mercado.
É claro que isso depende de diversos fatores, já que nem todo segmento é fácil de ser conquistado. Muitas empresas tentam e poucas têm sucesso, mas manter os níveis de ameaça no seu radar é muito importante para construir uma estratégia de produto mais consistente.
Quer saber mais sobre estratégia de produto?
Os 3 exemplos de framework que você conferiu aqui foram dicas da Mentoria em Grupo com Raphael Farinazzo, cujo tema foi Tática e Estratégia de Produto. O vídeo completo está disponível na Comunidade PM3, na qual alunos(as) e ex-alunos(as) têm acesso a conteúdos exclusivos e podem tirar dúvidas ao vivo, diretamente com os convidados. Caso não consiga participar ao vivo, nós disponibilizamos a gravação de todas as mentorias na própria Comunidade PM3.
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