Quem me conhece mais de perto sabe da minha jornada até aqui. Mas, para contextualizar se você estiver lendo pela primeira vez um artigo meu, eu era vendedor até o começo da pandemia, quando tive a oportunidade para migrar para área de produto e, até dezembro do ano passado, eu ocupava um cargo júnior de Produto, e eu venho compartilhando um pouco dessa minha jornada através dos meus artigos ou postagens no LinkedIn.
2022 foi um ano difícil, tivemos um rollback de uma iniciativa muito importante no começo do ano que era o meu “motivo de estar”. Mal sabia eu que se me adaptasse bem aquela adversidade, tudo daria certo. Me adaptei, e realmente, tudo deu certo.
Tudo isso aconteceu em virtude de uma grande oportunidade que tivemos de integração com um parceiro que tinha um alto custo para nós. A intenção dessa integração era dar automação e agilidade no processo do parceiro, e em contrapartida teríamos desconto e celeridade no nosso processo, pois antes acontecia a comunicação via e-mail, e agora, seria via API com as informações importantes transitadas em questão de minutos.
Nossa missão principal aqui era reduzir as etapas do processo, aumentando produtividade e diminuindo o SLA do processo, além de fazer a integração para garantir rastreabilidade dos dados do processo.
O que não vão te contar sobre esse projeto é que deu tudo errado. Mas no final, garantimos nosso lugar ao sol, em virtude de muita paciência, resiliência, e competência. Deu errado, porque havíamos informado o parceiro que nosso roadmap se limitava ao que estava descrito no fluxo acima, entretanto, eles queriam mais, muito mais.
A esteira interna do parceiro tinha inúmeras etapas posteriores e eles queria automatizar tudo, mas é aquilo né, não podemos gastar mão de obra cara, sem nenhum retorno em vista. Conversamos com os stakeholders e encontramos o meio termo, vimos que se automatizássemos uma parte posterior do processo, conseguiríamos reduzir um head count dado a não necessidade de troca de e-mails com o parceiro. Fizemos alguns refinamentos. O time comprou a briga. Saímos do outro lado. Foi lindo.
Há um tempo que trouxe para o blog da PM3 um guia básico para calcular o IRR das iniciativas para ver se valem a pena serem feitas, ou se devem ser despriorizadas. Segui as riscas as orientações que dispus no artigo, e no mês subsequente a conta chegou: realizamos a redução que estávamos esperando. Mas o desafio aqui era outro: a visibilidade de dados e de resultados.
Como damos visibilidade proativa dos ganhos gerados pela entrega?
Em todas as iniciativas que trabalho, eu tenho o cuidado de explicitar minha preocupação com dados em todas as vezes que posso, para que o time saiba quão importante é darmos visibilidade, que o time seja visto na Business Unit e na empresa. Com isso, na etapa final do produto, pedi para que o time preparasse uma dashboard com dados específicos sobre o impacto obtido:
- % de sucesso no envio dos dados
- % de ok’s recebidos pelo parceiro
- Tempo de retorno do parceiro
- Retorno antes de 2 horas
- Retorno entre 2 e 6 horas
- Retorno entre 6 e 12 horas
- Retorno acima de 12 horas
- Média geral do tempo de retorno
Como o principal objetivo além dos descontos era garantir aumento de produtividade, fizemos questão de destacar esses pontos e os apresentamos em todos os fóruns de Engenharia, Produto e da Business Unit. O time de Engenharia foi extremamente reconhecido pelo trabalho e entrega.
Conclusão
A mensagem aqui é: se preocupe com a visibilidade dos dados. Saiba qual é a métrica de sucesso do produto ou funcionalidade, e saiba previamente quais dados vocês querem dar visibilidade para seus stakeholders e liderança. As adversidades vão acontecer no caminho, mas como eu li ontem em Jogo Infinito: “De nada adianta percorrer vários quilômetros, se não há direção ou propósito na sua jornada.”
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