Mínimo Produto Viável: um guia completo sobre MVP - Cursos PM3
Gustavo Paiva

Gustavo Paiva

9 minutos de leitura

Profissionais de product design sabem que essa é uma área de alta competitividade e que demanda inovação constante. Nesse sentido, conhecer abordagens como a do Mínimo Produto Viável (MVP) é um diferencial, além de fundamental para otimizar o processo de criação e aumentar as chances de sucesso ao lançar oficialmente o produto no mercado.

Essa é uma metodologia que permite validar as ideias na criação de produtos de forma rápida e com economia de recursos. São feitos testes e a coleta de feedbacks valiosos antes mesmo de se fazer investimentos mais robustos no desenvolvimento e lançamento.

Neste artigo, você terá um guia sobre Mínimo Produto Viável, incluindo o que é MVP, sua importância para o design de produtos, as principais etapas para criar e os erros a serem evitados no processo. Boa leitura!

O que é Mínimo Produto Viável (MVP)?

Mínimo Produto Viável — ou Minimum Viable Product (MVP), em inglês — é uma abordagem utilizada na criação de produtos. Também como parte do Product Discovery para validar hipóteses e ter feedbacks sobre uma ideia de produto em potencial. Tudo isso, envolvendo o mínimo possível de recursos e gastos.

Assim, o MVP é uma primeira versão desse produto. Ela é criada com o objetivo de testar o desempenho das funcionalidades básicas e coletar feedbacks quanto à proposta de valor no mercado.

A origem do conceito de Mínimo Produto Viável (MVP) remonta ao ano de 2001, tendo sido criado por Frank Robinson, CEO da SyncDev. No entanto, o termo ganhou popularidade com o livro Lean Startup, ou “A Startup Enxuta”, na versão em português, escrito por Eric Ries em 2011.

Qual é a importância do MVP no processo de desenvolvimento do produto?

O Mínimo Produto Viável é uma estratégia importante por permitir que profissionais de produto façam testagens rápidas no mercado. Além de coletarem feedbacks valiosos antes de lançar um produto oficialmente.

O MVP gera insights a partir de uma versão inicial do produto com suas funcionalidades essenciais. Assim permite saber se ele realmente atende às necessidades do usuário final. 

Dessa forma, a empresa tem um retorno sobre a viabilidade da ideia sem ter que fazer investimentos robustos. Isso economiza tempo e dinheiro, além de minimizar as chances de erros.

Com os feedbacks gerados pelos testes, product designers e UX designers ainda podem realizar ajustes e aprimorar as funcionalidades. Assim, asseguram que a versão oficial do produto se aproxime ao máximo do que os usuários desejam de verdade.

Quais são as vantagens de um MVP?

O Mínimo Produto Viável proporciona algumas vantagens na criação de produtos, como:

  • rápida validação: o MVP possibilita que você teste sua ideia no mercado de produto e com seu público-alvo, validando-a antes mesmo de fazer investimentos maiores;
  • feedback imediato: é possível coletar feedbacks de usuários potenciais em tempo real, o que auxiliará no desenvolvimento do produto final com o mínimo de erros;
  • redução de custos: o MVP é lançado apenas com as funcionalidades principais do produto, com um custo inicial baixo, direcionando recursos ao que realmente importa para os testes;
  • agilidade no lançamento: com o MVP você coloca uma versão funcional no mercado mais rapidamente, o que pode resultar em vantagem competitiva;
  • iteração contínua: com o feedback da experiência dos usuários, a implementação de melhorias em tempo real é facilitada;
  • minimização de riscos: a versão funcional do produto envolve menos gastos e, consequentemente, menos riscos, além de permitir modificações estratégicas na versão final para evitar falhas;
  • atração de investimentos: com um MVP validado, convencer possíveis investidores e stakeholders da relevância do projeto fica muito mais fácil, uma vez que eles podem testar todas as funcionalidades em primeira mão e validá-las.

Quais são as principais etapas para criar um MVP?

Fazer um MVP envolve alguns pontos indispensáveis para garantir que ele tenha os resultados esperados e colabore de forma efetiva para a criação de um produto relevante para o mercado. As principais etapas para criar um MVP são:

  1. ter uma ideia inovadora;
  2. determinar as hipóteses e a proposta de valor;
  3. definir as principais funcionalidades;
  4. usar métricas e indicadores de desempenho;
  5. coletar feedbacks;
  6. fazer melhorias até a versão final.

Confira os detalhes de cada uma.

1. Ter uma ideia inovadora

Em primeiro lugar, é preciso ter uma ideia inovadora, partindo do problema que requer resolução. Assim, pesquisas de mercado e entrevistas com possíveis usuários podem ajudar a mapear as lacunas que o seu produto deverá preencher.

Nesse momento, analise profundamente a concorrência e encontre brechas com as quais trabalhar para desenvolver um MVP que se valha da criatividade e inovação. Também, que mantenha o foco nas reais necessidades do público-alvo.

2. Determinar as hipóteses e a proposta de valor

O MVP deve surgir de uma hipótese a ser confirmada ou não. Nesse sentido, o time de produto deve se reunir para determinar de forma clara qual valor deverá ser entregue pelo produto ao seu usuário.

Algumas perguntas podem direcionar esse momento, como: 

  • que problema o produto pretende resolver? 
  • quais são seus benefícios para o usuário? 
  • por que ele compraria um produto como esse?

3. Definir as principais funcionalidades

Depois de validar as hipóteses e ter um produto e um público em mente, chegou o momento de definir as funcionalidades do MVP. 

A regra aqui é ser o mais direto e objetivo possível, evitando excessos. O MVP deve reunir apenas as funcionalidades indispensáveis para validação pelo usuário, tendo em vista as necessidades do mercado e os objetivos comerciais.

4. Usar métricas e indicadores de desempenho

O principal objetivo do MVP é fornecer insights e informações palpáveis quanto ao desempenho do produto, confirmando ou não as primeiras hipóteses.

Sendo assim, é necessário se valer de indicadores e métricas (KPIs) claros para medir, por exemplo, a satisfação do cliente, as ativações de recursos, número de usuários ativos, entre outros pontos relevantes. 

5. Coletar feedbacks

Quando o MVP estiver pronto, já é possível iniciar o ciclo de feedbacks para ter o máximo de informações sobre seu desempenho. Essa etapa é indispensável para criar um produto final realmente alinhado aos interesses e necessidades do usuário e do mercado.

Nesse momento, é importante que o lançamento se destine a um grupo de usuários seletos e qualificados, evitando grupos muito grandes.

6. Fazer melhorias até a versão final

A etapa anterior deve ser repetida, passando por melhorias contínuas até que, finalmente, se tenha a versão final do produto. A ideia é que ele possa atender às necessidades do usuário por completo.

Vale mencionar que, até chegar à versão final, o produto pode sofrer um processo de pivotagem. Nesse caso, quando há uma mudança brusca na direção do MVP e suas funcionalidades, conforme os feedbacks vão chegando.

Quais são os erros comuns ao criar um MVP e como evitá-los?

Embora seja uma abordagem muito útil para testar a viabilidade e a relevância no design de produtos, a criação de um MVP pode acarretar erros. Confira os principais:

  • gastar muito tempo na elaboração: a ideia do MVP é justamente testar as hipóteses de forma rápida e com o mínimo de recursos, e a demora pode fazer com que você perca o time-to-market;
  • inserir funções em excesso: é preciso manter o foco nas funções que são realmente indispensáveis ao MVP, cuidando para não acrescentar outras que podem desviar o teste do que de fato é mais importante;
  • fazer testes com um público muito amplo: de nada adianta oferecer o MVP para múltiplos usuários, se eles não forem a persona efetiva do seu negócio;
  • estender demais os ciclos de testagem: outro ponto é que os testes devem ter um prazo máximo de encerramento. Do contrário, você pode entrar em um looping e perder o prazo de lançamento;
  • desconsiderar os feedbacks: isso coloca toda a abordagem a perder, afinal, uma das maiores contribuições do MVP é justamente ter o retorno dos usuários para fazer as melhorias necessárias.

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O Mínimo Produto Viável integra o processo de Product Discovery como uma abordagem muito útil para testar a viabilidade de ideias, sem gastar tanto dinheiro e outros recursos para isso. Ele funciona como um termômetro que aponta o desempenho que o produto pode ter no mercado, conferindo mais segurança e precisão para o processo de criação. 

No entanto, como você pôde notar, é preciso utilizar o MVP de forma estratégica, com atenção especial para o tempo de elaboração, o ciclo de testes, a coleta de feedbacks e as iterações, a fim de não perder o timing de lançamento.

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