Como criar um produto digital do zero?
Taynara Rechia

Taynara Rechia

Lead Consultant | Technical Product Manager

22 minutos de leitura

Que os produtos digitais estão cada vez mais presentes em nossas vidas nos tornando completamente dependentes deles não é mais novidade. Uma vez que esses produtos são criados para atender a diversas necessidades e demandas do mercado, a tendência é cada vez mais automatizar nossas vidas por meio deles.

As possibilidades são tantas que às vezes pode até gerar confusões sobre esses produtos. Mas em termos simples, podemos definir como produtos que existem apenas na forma digital, ou seja, é construído e distribuído pela internet. Alguns exemplos comuns de produtos digitais incluem aplicativos móveis, softwares de computador, cursos online, eBooks, jogos e serviços de streaming.

A criação de produtos digitais envolve um processo complexo e multidisciplinar, onde geralmente equipes de desenvolvedores, designers, Product Managers e outros profissionais fazem parte da sua construção. 

Mas por que construímos produtos digitais? Além da vantagem de poderem ser distribuídos e utilizados em todo o mundo, os produtos digitais também possibilitam alta escalabilidade, baixo custo de produção e possibilidade de integração com outras tecnologias. Além disso, eles também são capazes de oferecer uma experiência personalizada e interativa para os usuários dependendo da indústria e propósito do produto.

No entanto, criar um produto digital do zero pode ser um desafio e requer planejamento, alinhamentos estratégicos, pesquisa de mercado, criação e acompanhamento de métricas de sucesso, testes de usuário e muito mais. 

Este artigo pretende explorar as diferentes etapas envolvidas na criação de um produto digital e fornecer algumas dicas úteis para apoiar você nessa jornada. Mas é importante levar esse artigo como um guia de possibilidades, não uma receita de bolo, construir produtos digitais é complexo e existem diversos contextos possíveis, sempre explore as alternativas que mais fazem sentido para o seu cenário.

Uma visão geral do processo de criação de produtos digitais

Falando do universo da criação de produtos digitais de fato, eu vejo os cenários ideais onde é bem comum ver nos livros sobre produtos e que de forma resumida seguem esses passos:

etapas de como criar um produto digital

E existe a nossa realidade (rsrs) que é sobre saber usar esses conhecimentos adquiridos para adaptar ao nosso contexto a melhor forma de construir esses produtos. Isso não significa que não seguimos os passos acima, mas que a ordem pode mudar, alguns passos podem ser pulados, ou usarmos até mesmo formas diferentes de falar sobre cada etapa mas que tem o mesmo objetivo no final.

Um ponto importante aqui é que esse é um resumo macro do trabalho, existem muitas outras atividades que acontecem durante todo o processo, e boa parte deles envolve muita comunicação entre time e stakeholders.

Mas vamos aprofundar um pouco mais sobre isso durante o artigo.

Definindo o problema/oportunidade

O primeiro passo para criar um produto digital é entender não só o seu público-alvo e suas necessidades, mas também quais são as dores e necessidades de stakeholders, para então conectar as oportunidades que precisam ser mapeadas com os objetivos de negócios.

Colocar o usuário no centro é muito importante sim, mas também precisamos garantir que qualquer coisa a ser construída esteja levando a organização a atingir seus principais objetivos, busque conhecer o momento do negócio, suas principais barreiras e desafios, suas metas de médio a longo prazo, seus KPIs, bem como os principais stakeholders. O sucesso do que for construído vai depender muito disso.

Nessa etapa é comum fazer workshops como Discovery e Inception para explorar o problema com as principais interessadas e patrocinadoras do produto.

Também são usadas algumas ferramentas para gerar artefatos bem importantes como Matriz CSD, Canvas da proposta de valor, Lean Value Tree, primeira parte do Duplo Diamante, Jornada As-Is de Usuário, entre outras.. Todas essas hoje estão adaptadas para o mundo remoto, e ferramentas como Mural e Miro ajudam bastante na sua construção colaborativa facilitando esse trabalho.

Dependendo do seu cenário, somente uma dessas ferramentas ou dinâmica seja suficiente, como também usar todas elas ou quase todas pode ser bem útil. O ponto aqui é que independente da ferramenta escolhida e sua quantidade, ela precisa responder suas principais perguntas em relação ao entendimento e mapeamento do problema, ao mesmo tempo que garante que todos os envolvidos estejam alinhados antes dos próximos passos.

Ao final desta etapa, faça um mapa de calor e evidencie os principais insights, deixando tudo documentado e de fácil acesso aos envolvidos, isso ajuda em todas as comunicações e atividades posteriores. Essa documentação precisa ser viva e consultada ao longo de toda construção, não deixando ela esquecida na gaveta.

Pesquisa de mercado

Essa etapa não só pode como deve ser feita antes, durante e depois sempre que possível. Fazer algumas pesquisas de mercado mesmo com somente um breve contexto inicial vai ajudar a entender os concorrentes e as principais tendências do setor. 

Com base nos números encontrados e os insights gerados, você pode levar essas informações no momento do mapeamento do problema para discussão, também pode criar um esboço inicial do produto, com as funcionalidades básicas e os principais diferenciais se fizer sentido para esse momento, também é possível apoiar as pessoas na co-criação sobre ideias de possíveis oportunidades não pensadas antes.

O mercado e a sociedade estão em constante mudança, criar o hábito de fazer pesquisa de mercado de tempos em tempos ao longo do processo pode direcionar muitas decisões e priorizações do produto, por isso deve ser algo contínuo das atividades da pessoa de produto.

Além da pesquisa de mercado, sempre que possível, principalmente no momento do mapeamento do problema, realizar pesquisas de usuário, tanto com quem já é usuário atual, como com possíveis novos públicos, para entender melhor seus hábitos e preferências, a fim de também ser mais uma forma de direcionar a priorização de oportunidades estratégicas antes da construção. 

Com esses dados de usuários em mãos, fica mais fácil desenhar personas, criar mapa de empatia, e até mesmo um canvas da proposta de valor. 

Sabemos que nem sempre é possível conseguir fazer pesquisas de usuário, e por conta disso esse é um dos cenários ideais em que somos obrigados a pular por não ser algo fácil de ser viabilizado por muitas empresas. Isso se dá por diversos motivos, como a maturidade da organização em entender o valor, questões de privacidade, burocracias internas que envolvem uma ou mais áreas, entre outros. Mas não desanime, essa é uma construção até mesmo de mindset e muitas conversas em volta do valor que isso gera, faz parte do jogo, por isso fazer pesquisas de mercado pode ajudar e muito a te aproximar de dados relevantes do setor, e diminuir o risco das decisões priorizadas.

Criar protótipos

Essa é uma das fases que considero mais difíceis de acontecer na vida real do universo de produtos. É um cenário mega importante, onde nos habilita a criar alguns protótipos mesmo que com alto nível de detalhes na experiência, com o principal objetivo de validar algumas hipóteses de usabilidade e encontrar também novos insights e oportunidades, e só depois iniciar o desenvolvimento.

Ter a oportunidade de executar essa etapa, garante que os protótipos estejam mais refinados diante dos feedbacks recebidos, antes mesmo de desenvolvê-los, diminuindo muito os riscos de se construir algo que não resolva um problema real.

Porém, sabemos que é bem mais comum essa etapa ser junto com o desenvolvimento, o que significa que toda experiência criada nos protótipos já serão implementadas pelo time de desenvolvimento e só serão validadas quando estiver pronto, testado e homologado pelo time e os stakeholders mais próximos. Só então nos testes beta, ou testes guiados (se houver) é que será validada essa experiência com usuários reais.

Também quero frisar que não ter essa etapa não necessariamente é um problema. Ela é ideal, mas de forma alguma impeditivo para seguir o fluxo com todas as informações que vão sendo mapeada e validadas diante de entrevistas com stakeholders, benchmarks e workshops, o aprendizado e a melhoria vão ser contínuos sempre, independente de etapas executadas ou não. 

Desenvolver, testar e Iterar

Chegamos ao passo onde de fato colocamos a mão na massa e tiramos do papel, ou melhor dos murais virtuais, tudo o que foi discutido para transformar em algo tangível para clientes e usuários.

Muitas coisas acontecem ao mesmo tempo nessa fase, e nossa tríade de produto, tecnologia e design possuem tanto suas responsabilidades específicas de atuação como também executam atividades em conjunto, colaborando para que tudo esteja conectado, todo o entendimento e comunicação muito bem alinhado, e garantindo que estejam caminhando para o mesmo objetivo em comum.

Quero trazer aqui que nesta etapa, existem 3 atividades que considero chave da pessoa de produto, que são: 

Definição de métricas de sucesso do produto 

Defina claramente o que você quer alcançar através dos testes com os usuários como os critérios de sucesso, quais hipóteses quer validar, e como você vai medir isso. Você também não precisa criar métricas do zero, ou mesmo sozinho, mas elaborar em cima dos objetivos do produto e o que se pretende alcançar é crucial para ser o mais assertivo possível sobre as métricas que mostrarão se você está chegando lá.

Gerencie as expectativas dos stakeholders

Garanta que os principais interessados estejam sempre na mesma página em relação às prioridades e o porquê das decisões. Um cenário bem comum aqui são os pedidos de feature topdown no meio do trabalho em andamento de uma sprint com suas devidas priorizações já acordadas.

Está tudo bem, isso é o que mais vai acontecer, até porque por vezes nem vamos ter controle disso, o importante é não só estar sempre alinhado previamente do trabalho que vai entrar em execução e qual o valor da entrega, como também conseguir negociar outras possibilidades dado cada contexto.

Você pode sim defender seu ponto de vista, de forma profissional, sempre trazendo os argumentos, recomendações e as implicações da mudança repentina na sprint, mas sem ser impositivo, ou mesmo julgando a decisão de uma cliente. Isso não é legal, por mais que em alguns casos nós não concordamos com as decisões, no fundo para essa cliente tem algum fundamento e é importante tentar aprofundar e entender mais com ela.

Nesse caso você pode falar: “Sei que para você, essa feature é muito importante, mas no momento não temos espaço para incluir esse trabalho, o que podemos despriorizar então para trazer essa nova solicitação e alinhar com o time?”

Articule valor o máximo que puder

Esse item pode virar um artigo todinho só sobre, porque é aqui que você desenvolve boa parte de skills de produto como também ganha muita experiência, e que pra mim entra no ranking de principais capacidades que uma pessoa de Produto precisa ter.

Articular valor se encaixa muito bem no exemplo anterior sobre estar sempre alinhado com a cliente e negociando nas tomadas de decisões, porém indo mais além. Aqui você precisa estar sempre um passo à frente do estado atual, adiantando temas, trazendo dados para discussões e fazendo planejamento para o futuro que o produto vai proporcionar, assim como, quais novas oportunidades já podemos começar a discutir e colocar no radar.

Junte isso a conhecer ao máximo cada cliente que está próximo do dia a dia e aos que têm poder de tomada de decisão estratégica podendo ser a diretoria e c-level para conseguir falar a linguagem de cada um, que vai além de produto, e é a que mais eles se identificam, a linguagem de negócio organizacional.

Essas 3 atividades parece pouco pelo número, mas não é, só mencionei elas como atividades bem estratégicas e com valor altíssimo de impacto e que demanda muito esforço cognitivo, inteligência emocional, resiliência e paciência. Porém você vai executar também várias outras atividades em paralelo do dia a dia, vai participar de cerimônias com o time, gerar outros artefatos, e parear com as pessoas na execução de determinadas tarefas.

Quando já estiver com o mínimo do produto pronto possibilitando uma interação mais fluida da jornada, nem sempre vai ser possível fazer testes com usuários, e as razões são variadas, algumas até mencionei no início do artigo, vai desde burocracias internas, falta de cultura de experimentação e a segurança em colocar disponível para alguns usuários testarem, com certeza existem muitas outras razões. 

O mais comum é o time e o próprio cliente fazer os testes iniciais em homologação, anotando feedbacks e fazendo alguns ajustes antes da versão final ficar pronta, porém mesmo nesse caso, não deixe de testar e garantir o máximo possível que esteja com qualidade atendendo a todas as principais premissas de cada etapa da jornada.

Desenvolver a estratégia de marketing

O desenvolvimento da estratégia de marketing é uma das partes essenciais do processo de criação de um produto digital. Uma vez que você precisa apoiar nessa estratégia de marketing e garantir que ela seja bem-sucedida para atrair e reter os clientes, aumentar a visibilidade do produto e garantir o desempenho financeiro do negócio. 

Para desenvolver uma estratégia de marketing eficaz, é preciso:

  • Definir o público-alvo: identificar e entender claramente quem é o público-alvo do produto, quais são suas necessidades, preferências e comportamentos de compra;
  • Analisar a concorrência: conhecer a concorrência e suas estratégias de marketing para poder diferenciar e posicionar o produto no mercado de forma efetiva;
  • Definir o posicionamento do produto: definir como o produto digital será posicionado no mercado, qual será sua proposta de valor e seus benefícios em relação aos concorrentes;
  • Definir os canais de distribuição: escolher os canais de distribuição adequados para o produto, considerando o perfil do público-alvo e a efetividade de cada canal em atingir esse público;
  • Definir o preço: definir o preço do produto de forma adequada, considerando o valor percebido pelos clientes, os preços da concorrência e a estratégia de posicionamento do produto;
  • Definir estratégias de marketing: definir as táticas de marketing mais adequadas para o produto, como publicidade, marketing de conteúdo, marketing de mídia social, entre outras, levando em consideração também o público-alvo e o posicionamento do produto;
  • Definir os objetivos e metas: estabelecer objetivos e metas claras para a estratégia de go to market, como aumentar as vendas, expandir a base de clientes ou fortalecer a marca, sempre atrelada aos objetivos e metas do negócio.

Vale ressaltar aqui alguns pontos importantes, você não é a principal pessoa responsável por executar essa atividade e muito menos vai criar essa estratégia sozinha, e talvez você nem precise se preocupar em executar algo nessa etapa, pois hoje algumas organizações já possuem PMM (Product Marketing Manager) que são as principais responsáveis, e vão somente consultar/envolver você em alguns momentos para saber um pouco mais sobre o produto, bem como tem empresas que deixam a área de Marketing completamente responsável por essa atividade e talvez você nem se envolva em nada (o que eu acho péssimo e arriscado nesses casos).

Mas isso não significa que você não deva se preocupar desde o início da construção do produto se essa estratégia está sendo criada e executada por alguém ou não, pois o sucesso vai estar muito relacionado ao quão bem planejado foi essa estratégia que costumamos chamar de GTM (Go-To-Market)

Então não espere alguém avisar a você. Seja proativo e busque saber desde o início se já iniciaram esse trabalho e se você pode apoiar e estar envolvida de alguma forma, caso contrário inicie você mesmo essa atividade e faça isso o quanto antes, pois o risco pode ser alto demais se esperar para falar sobre esse tema somente quando o produto estiver prestes a ficar pronto.

Não tenha dúvidas que você vai ter muito a contribuir nessa atividade, pois além de necessitar saber muito sobre o que está indo para o mercado, também será importante olhar novamente os dados que você coletou lá no início com as pesquisas, entrevistas e benchmarks.

Se você for a principal pessoa responsável por puxar a criação da estratégia de GTM, não deixe de envolver Marketing desde o começo, assim como as pessoas designers, pelo menos um tech lead e principais áreas impactadas com esse lançamento. Nesse momento você não vai juntar as pessoas só para preencher um framework, você precisa contar uma história, criar um storytelling, deixar todas alinhadas em relação às informações necessárias e datas planejadas, organizar testes antes do lançamento, ao mesmo tempo que mapeia e gerencia todos os riscos que podem impactar e impedir o lançamento.

Lançar o produto

O lançamento de um produto digital é um momento crítico e que exige muito cuidado para qualquer empresa, e é essencial que tudo tenha sido bem planejado e executado para garantir o sucesso do produto. Ou seja, se você seguiu todos os passos anteriores com muita atenção você está pronto para colher os frutos desse resultado.

É importante sempre garantir também que medidas de segurança para proteger os dados dos usuários tenham sido implementados, que o produto esteja cumprindo as regulamentações de privacidade como a LGPD, e que os testes de qualidade e segurança tenham sido executados e estejam adequados antes do lançamento.

Outro fator importante que deve ser discutido e previamente planejado é sobre ter um time de sustentação preparado para atender a qualquer necessidade ou problema que surja nos primeiros dias do lançamento do produto, e isso exige alinhamento tanto do time de desenvolvimento, como ter um time de suporte treinado com todas as orientações necessárias para atender prontamente aos chamados.

Coletar feedbacks e fazer melhorias

O produto não termina quando colocamos ele no mercado, ele sempre vai ser um meio para alcançar algo e não um fim, se não estaríamos falando de projetos e não de produtos. Talvez é aqui que a brincadeira começa de verdade, você vai validar ou invalidar todas as suas hipóteses, descobrir outras novas hipóteses a serem testadas e ter um aprendizado contínuo deste produto junto com o seu time.

O processo de melhoria contínua vai ajudar a garantir que o produto permaneça relevante e competitivo no mercado, além de garantir a satisfação dos clientes e a fidelização.

As principais atividades dessa etapa:

  • Discovery contínuo;
  • Análise de dados;
  • Testes A/B;
  • Insights de novas features e produtos;
  • Evolução do GTM para os próximos lançamentos;
  • Acompanhamento de métricas;
  • Report para lideranças.

A principal atividade aqui vai ser de fato coletar feedbacks e fazer melhorias contínuas no produto. É muito importante você estar aberto às críticas e sugestões dos usuários, e utilizar essas informações para aprimorar o produto e garantir sua relevância no mercado, sempre colocando eles no centro das decisões. Lembre-se que esses feedbacks não são sobre você ou seu time que construiu o produto, mas sobre como os usuários estão se sentindo ao utilizá-lo. 

Uma boa prática é criar canais de comunicação com os usuários, seja por redes sociais, formulários de feedback, avaliações ou pesquisas de satisfação e tornar qualquer interação o mais humana possível, mostrando que você se importa muito com a opinião de quem está usando o produto. 

Além disso, você precisa monitorar atentamente as métricas de desempenho do produto e coletar dados relevantes para aprimorar a performance do produto continuamente. Com essas informações, a equipe de desenvolvimento pode realizar ajustes para melhorar sua usabilidade, corrigir bugs ou implementar novas funcionalidades. 

E não menos importante, estar atento às métricas de negócio, são essas que vão mostrar quais os ponteiros do negócio você está mexendo, e o quão longe ou perto você está de atingir os objetivos e metas da organização. É com elas que você vai usar de insumos para muitas discussões com boa parte das stakeholders.   

Escalar o produto

A escalabilidade é uma questão importante a ser considerada desde o início da construção de um produto digital, pois é fundamental que o produto tenha a capacidade de lidar com um grande volume de usuários e qualquer demanda sem perder a qualidade do serviço

Para isso, é importante utilizar uma infraestrutura robusta e escalável, que permite adicionar capacidade de processamento e armazenamento conforme necessário. Além disso, a arquitetura do produto deve ser projetada para permitir a expansão e o crescimento sem grandes mudanças de estrutura. 

Se você teve o cuidado de pensar sobre isso junto ao time de Engenharia desde o começo do desenvolvimento do produto, vai ficar mais fácil pensar nas possibilidades de escala sem grandes impactos.

À medida que você aprende mais sobre o produto e as novas necessidades dos usuários, vai ser preciso impulsionar cada vez mais as estratégias de Marketing com as novas adequações do produto. E se você garantir a capacidade de lidar com um grande volume de usuários e demanda, o produto digital terá maior potencial de crescimento e sucesso no mercado.

Conclusão

Criar um produto digital do zero pode parecer uma tarefa difícil, mas seguindo as melhores práticas e usando as ferramentas certas, você pode tornar o processo mais fácil e eficiente. Porém, nenhuma técnica ou ferramenta vai impedir você de lidar com vários desafios ao longo do caminho, seja paciente, flexível, e adapte o processo, busque apoio sempre que necessário, você não é responsável por fazer tudo sozinho.

Lembre-se  também de manter o foco nas necessidades dos usuários e implementar medidas de segurança e privacidade. E não se esqueça de manter uma comunicação clara e constante com sua equipe e clientes e usuários para garantir o sucesso do produto.

Tem uma parte do livro Continuous Discovery Habits da Teresa Torres que eu gosto muito e que eu acredito que se aplica ao contexto de criação de produtos digitais como um todo, não só para a melhoria contínua do produto depois de lançado. Em uma tradução livre ela menciona que existem 6 mindsets que precisamos cultivar como hábitos de sucesso:

  • Ser orientado a resultados. Não pense em implementação de features e soluções, pense no valor que você quer gerar e o impacto que você quer alcançar;
  • Colocar o cliente no centro das decisões;
  • Abraçar a colaboração das pessoas do time, todas contribuem na tomada de decisão com as diferentes skills;
  • Encorajar as pessoas a serem mais visuais e desenhar as ideias para discussão ao invés de só escrever textos em documentos que são esquecidos;
  • Criar um mindset de experimentação;
  • Aprendizado contínuo no processo de desenvolvimento.

Acredito que levar isso como um mantra a ser perseguido no processo de criação de produtos digitais vai fazer de você e do seu time pessoas cada vez mais especialistas em produtos que resolvem problemas reais e/ou criam experiências incríveis para a sociedade, ao mesmo tempo que mostra o valor que tudo isso gera habilitando aos pouquinhos uma nova cultura de rápido aprendizado aos seus clientes.

Um dos meus primeiros artigos aqui na PM3 fala um pouco sobre esse tema com um pouco mais de foco em se conhecer no papel para conseguir executar essas atividades, acho que hoje esse conteúdo pode ser um bom complemento a este artigo.

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