No universo do desenvolvimento dos produtos digitais, garantir que várias pessoas possam trabalhar ao mesmo tempo com qualidade e segurança pode ser o fator determinante para o sucesso de um projeto.
Uma das chaves para alcançar esse objetivo é através do uso de ferramentas adequadas de controle de versão, que permitem o gerenciamento eficaz das versões, ramificações e repositórios de design e código, além de facilitar a mesclagem e a resolução de conflitos.
Neste guia completo sobre controle de versão, você vai entender desde os conceitos básicos até as práticas mais elaboradas de controle de versão, além de conhecer ferramentas para implementar um método eficiente em seus projetos. Acompanhe!
O que é controle de versão?
O controle de versão é um método indispensável para desenvolvimento de produtos digitais. Afinal, essa ferramenta possibilita que diversas equipes trabalhem em um mesmo projeto, rastreando alterações e controlando o histórico de versões do código e demais mudanças feitas ao longo do processo de desenvolvimento.
Com esse recurso, quando mudanças são submetidas ao projeto, o sistema faz um comparativo de como os arquivos estavam antes e como estarão após as alterações serem realizadas. Dessa forma, todos os estados de código submetidos são salvos no sistema e podem ser recuperados futuramente com facilidade.
Por que o controle de versão é importante?
Sem o controle de versão, seria necessário que os desenvolvedores salvassem diversas cópias do código em seus respectivos computadores. Isso, no entanto, não é indicado, pois pode ocorrer de, em algum momento, a cópia errada ser alterada ou excluída, o que faria com que todo o trabalho fosse perdido.
Com o gerenciamento otimizado em uma ferramenta de controle de versão, todas as versões do código ficam salvas e podem ser recuperadas a qualquer momento. Ou seja, isso não apenas garante a integridade do projeto, como também oferece uma camada de segurança contra erros e perdas de dados.
Benefícios do controle de versão
Os benefícios do controle de versão são muitos e impactam diretamente a eficiência do fluxo de trabalho durante a execução do projeto, bem como a qualidade do produto final. A seguir, descubra os principais.
Controle do histórico
O controle de versão traz facilidade para desfazer alterações, além da possibilidade de analisar o histórico do desenvolvimento e de resgatar versões mais antigas e estáveis. A maioria das implementações permite analisar as alterações com detalhes, desde a primeira versão até a última.
Trabalho em equipe
Um sistema de controle de versão permite que diversas pessoas trabalhem sobre o mesmo conjunto de documentos ao mesmo tempo, eliminando o desgaste provocado por problemas com conflitos de edições. É possível que a implementação também tenha um controle de acesso forte para cada usuário ou grupo de usuários.
Marcação e resgate de versões estáveis
A maioria dos sistemas possibilita marcar a parte em que o documento estava com uma versão estável, admitindo que seja facilmente resgatada no futuro.
Ramificação de projeto
A maioria das implementações possibilita a divisão do projeto em várias linhas de desenvolvimento, que podem ser trabalhadas paralelamente, sem que uma interfira na outra.
Segurança
Cada software de controle de versão usa mecanismos desenvolvidos para evitar qualquer tipo de invasão de agentes mal-intencionados nos arquivos. Além do mais, somente usuários com permissão podem alterar o código.
Rastreabilidade
O sistema de controle de versão também supre a necessidade de sabermos o local, o estado e a qualidade de um arquivo, concedendo que o usuário verifique essas informações antes de escolher a versão em que vai trabalhar.
Organização
Alguns softwares oferecem uma interface visual. Nela, podem ser vistos todos os arquivos controlados, desde a origem até o projeto completo.
Confiança
O uso do armazenamento remoto (na nuvem) previne a perda de arquivos por eventos inesperados, como uma queda de energia ou de sinal de internet. Além disso, é possível criar novos projetos sem prejudicar o desenvolvimento do atual.
Tipos de sistemas de controle de versão
Existem dois tipos principais de sistemas de controle de versão: os centralizados e os distribuídos.
Sistema de controle de versão centralizado
Esse tipo de sistema é baseado na arquitetura cliente-servidor, utilizando somente um servidor central e diversas áreas de trabalho. Sendo centralizado, essas áreas de trabalho necessitam passar pelo servidor para poderem se comunicar.
O sistema de controle de versão centralizado é usado por grande parte das equipes de desenvolvimento menores e que não precisam de uma rede local. Essa versão possui um bom tempo de resposta do servidor e não costuma apresentar problemas de velocidade para o envio e o recebimento dos dados.
Sistema de controle de versão distribuído
O sistema de controle de versão distribuído vai além e é recomendado para equipes maiores, localizadas em diferentes filiais. Nessa versão, cada área de trabalho tem seu próprio “servidor”, de forma que as operações de check-in e check-out são feitas na própria máquina.
No entanto, diferentemente do tipo centralizado, no sistema de controle de versão distribuído, as áreas de trabalho podem comunicar-se entre si. Nesse caso, é recomendada a utilização de um servidor como centro de envio dos arquivos, centralizando o fluxo de informações.
A comunicação entre o servidor principal e as áreas de trabalho funciona com outras duas operações para atualizar e mesclar o projeto, chamadas de pull e push (puxar e empurrar).
Passo a passo: como implementar o controle de versão?
Cada implementação possui sua particularidade, mas a maioria compartilha alguns conceitos básicos.
1. Escolha a ferramenta certa
Existem diversas ferramentas de controle de versão disponíveis, como Git, SVN e Mercurial. Avalie as necessidades do seu projeto e equipe para selecionar a mais adequada.
2. Crie um fluxo de trabalho
Defina um fluxo de trabalho claro para a sua equipe, incluindo branches para desenvolvimento, testes e produção. Isso ajuda a organizar o processo e evitar conflitos.
3. Utilize os branches adequadamente
A prática de utilizar branches separados para cada funcionalidade ou correção de bug facilita o desenvolvimento paralelo e a revisão de código.
4. Comunique-se assertivamente
Mantenha uma comunicação clara e frequente com a equipe sobre as mudanças realizadas e as próximas etapas. Ferramentas como Slack e Microsoft Teams podem auxiliar nesse processo.
5. Realize revisões de código
Estabeleça um processo de revisão de código para garantir a qualidade e a consistência do código fonte. Plataformas como GitHub e Bitbucket oferecem recursos para facilitar esse processo.
Ferramentas para otimizar o controle de versão
Separamos abaixo alguns detalhes sobre as principais ferramentas de controle de versão que auxiliam desenvolvedores, product managers e designers na criação e no gerenciamento das versões.
Git
Com recursos poderosos para gerenciar projetos de qualquer tamanho, o Git é o algoritmo de controle mais utilizado no mundo. Famoso por conta da sua flexibilidade e seu desempenho, com estrutura distribuída, o Git permite o gerenciamento eficaz dos projetos, armazenando o histórico completo de todas as alterações.
Além disso, ele também oferece a possibilidade de trabalhar offline e tem a integração facilitada a outras ferramentas de desenvolvimento.
GitHub
O GitHub é uma plataforma baseada em Git que, além da hospedagem de código, facilita a colaboração e o compartilhamento de código entre desenvolvedores. Nele, os profissionais também costumam compartilhar ideias, colaborar em projetos e contribuir em códigos abertos.
Alguns dos seus recursos, como pull requests, issues e wikis, facilitam o trabalho e as revisões de código, tornando o GitHub uma ferramenta indispensável para qualquer projeto de desenvolvimento de software.
Bitbucket
Como uma alternativa ao GitHub, o Bitbucket oferece recursos de controle de versão mais integrados com outros produtos Atlassian. Além de oferecer suporte ao Git, o Bitbucket também suporta o Mercurial, oferecendo flexibilidade para equipes que preferem uma abordagem diferente de controle de versão.
Com recursos como pipelines de CI/CD integrados e integração com outras ferramentas populares de desenvolvimento, o Bitbucket é uma escolha excelente para equipes que buscam uma solução completa de gerenciamento de código.
GitLab
Enquanto muitas ferramentas de controle de versão se concentram exclusivamente nessa funcionalidade, o GitLab vai além, oferecendo uma plataforma completa para DevOps. Além de controle de versão, o GitLab inclui recursos de integração contínua e entrega contínua (CI/CD). Isso permite às equipes automatizar e acelerar seus processos de desenvolvimento.
SVN (Subversion)
Embora o Git tenha se tornado a escolha padrão para muitos projetos de desenvolvimento de software, o SVN ainda é amplamente utilizado em projetos corporativos. Como uma ferramenta centralizada de controle de versão, o SVN oferece um conjunto diferente de recursos e fluxos de trabalho em comparação com o Git.
Para equipes que preferem uma abordagem mais tradicional ou têm requisitos específicos de segurança e conformidade, o SVN continua sendo uma opção confiável e robusta.
Como aplicar as melhores práticas de controle de versão nos projetos?
Enquanto Product Manager, é fundamental que você tenha uma visão completa e total controle sobre as alterações realizadas em um projeto. O controle de versão oferece essa transparência, permitindo acompanhar quem fez quais mudanças, quando e por qual motivo. Isso facilita a colaboração entre equipes, reduzindo conflitos e garantindo a integridade e a qualidade do produto final.
Seja Git, GitHub, Bitbucket, GitLab ou SVN, cada ferramenta tem suas vantagens e é importante avaliar as necessidades específicas de cada projeto antes de tomar uma decisão.
Ao seguir as melhores práticas e utilizar as ferramentas adequadas, os Product Managers tornam-se capazes de rastrear as mudanças de forma precisa e fazer a entrega de produtos de alta qualidade, com a colaboração eficiente da equipe, respeitando os prazos e o orçamento estabelecidos.
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