O Diagrama de Afinidades é um framework que ajuda o processo criativo e de exploração de ideias de maneira visual e sistematizada para garantir uma organização que faça sentido e seja intuitiva para o grupo. Essa ferramenta é uma aliada valiosa da abordagem de Design Thinking, ajudando os processos de brainstorming e o agrupamento de ideias e informações que sejam úteis para o projeto.
Aprenda neste artigo o que é o Diagrama de Afinidades, suas funções, a relação com o Design Thinking e como montar um do zero!
O que é o Diagrama de Afinidades?
O Diagrama de Afinidades (DA) é uma ferramenta muito usada para sistematizar informações, ideias e dados, ajudando a analisar problemas complexos, planejar projetos e estruturar processos de brainstorming.
A ideia que o conceito apresenta é a de organizar ideias por características semelhantes, que tenham afinidades, proximidade e algum tipo de dependência entre si, identificando padrões e insights que muitas vezes passam despercebidos em um processo de levantamento de ideias. Assim, de maneira intuitiva e visual, ajuda a categorizar conjuntos de ideias, oferecendo novas perspectivas sobre o assunto em pauta.
A ferramenta foi desenvolvida na década de 1960 por um antropólogo japonês chamado Jiro Kawakita. Seu objetivo principal era servir como uma ferramenta de pesquisa qualitativa para apoiar o processo de análise de grandes volumes de dados e informações. Por ser um framework intuitivo e fácil de executar, a ferramenta foi ganhando popularidade e hoje é utilizada principalmente no contexto de gestão de projetos, desenvolvimento de software e design.
Para que serve o Diagrama de Afinidades?
O Diagrama de Afinidades pode ter várias utilidades e aplicações. Ele serve para ajudar a organizar e categorizar ideias, dados vocais e opiniões em níveis como afinidade, proximidade, similaridade e dependências. Principalmente no contexto de inovação e tecnologia, essa ferramenta pode auxiliar a gestão de projetos de várias formas, como:
- Organização de opiniões e ideias;
- Novas perspectivas sob um mesmo tema;
- Análise de problemas complexos;
- Identificação de padrões, tendências e insights;
- Apoio ao processo de brainstorming em grupo;
- Categorização de temas por grupos, subgrupos e dependências, etc.
A partir desse processo, é possível tomar decisões ou começar outros processos com muito mais clareza e definição. Assim, o Diagrama de Afinidades é um recurso valioso que serve como ponto de partida para times colaborativos que precisam discutir, organizar e sintetizar ideias para outras etapas de um projeto, produto ou processo.
Qual é a relação entre o Diagrama de Afinidades e o Design Thinking?
O Diagrama de Afinidades tem uma relação direta com a abordagem de Design Thinking. Quando falamos em criar soluções inovadoras, adotar metodologias que apoiem esse processo de maneira ágil, criativa e inovativa é fundamental.
O Design Thinking em si é uma abordagem que usa a inovação e a criatividade para resolver problemas complexos de maneira colaborativa, imersiva e focada nas necessidades do usuário. Assim, o Diagrama de Afinidades é um ótimo recurso para ajudar nas primeiras etapas do processo de Design Thinking, como a fase de ideação e prototipação. Utiliza-se a ferramenta para agrupar informações sobre as dores e necessidades dos usuários nas etapas de coleta de dados qualitativos (como pesquisas e entrevistas com usuários) para entender o público-alvo ideal da solução. Assim, usar o DA para categorizar e criar afinidades entre as informações coletadas pode fornecer uma base sólida para as próximas etapas.
Outra maneira de usar o Diagrama de Afinidades no processo de Design Thinking é na identificação de padrões, insights, necessidades, dores e tendências, que, com grandes volumes de dados, podem passar despercebidos. O diagrama ajuda a sistematizar e revelar essas informações, trazendo clareza e ajudando a priorizar o que é necessário no processo.
Além disso, o DA é uma ferramenta que estimula a colaboração, fazendo com que processos como brainstorming – essenciais nas etapas de Design Thinking – sejam muito mais eficientes e proveitosos. Com uma base consolidada e organizada de informações e ideias, os processos de ideação e prototipação serão muito mais eficazes.
Como montar um Diagrama de Afinidades?
Para criar e colocar em prática um Diagrama de Afinidades, basta seguir algumas etapas. Confira a seguir:
Identifique o tema, objetivo ou problema
O primeiro passo para começar um Diagrama de Afinidades é identificar e definir um problema a ser resolvido, um tema ou um objetivo. Ele será a base para todo o diagrama e para o levantamento de ideias. Pode-se fazer essa definição com base nas demandas da empresa ou do projeto.
Determine os participantes da dinâmica
Em seguida, é importante selecionar os participantes da dinâmica e do processo de criação de ideias. Nessa etapa, recomenda-se formar um grupo diversificado de pessoas, com opiniões diferentes sobre o tema em pauta. Isso tornará a discussão muito mais rica e valiosa, trazendo vários pontos de vista diferentes para o processo.
Além disso, definir alguém para liderar o processo é fundamental para garantir fluidez e organização na dinâmica. Essa pessoa também será responsável por agendar com o grupo e providenciar os materiais necessários para que a dinâmica ocorra, como lousas, giz, canetas, pincéis, post-its, cartões, papéis, etc.
Faça brainstorming com o grupo
Com as etapas anteriores em ordem, é hora de iniciar o processo de brainstorming que levará à geração de ideias e ao levantamento de dados sobre o tema proposto.
O responsável por liderar a dinâmica deverá fazer uma breve introdução ao tema de forma direta e clara, sem viés tendencioso. Isso garantirá que a espontaneidade do processo de brainstorming se mantenha e que as ideias levantadas sejam realmente genuínas.
Aqui, ainda não é necessário estruturar as ideias, essa fase deve ser muito livre e orgânica, onde todos os participantes devem contribuir com suas opiniões, informações e ideias sobre o tema. Os participantes podem usar os materiais disponibilizados para escrever e pontuar suas ideias no processo de brainstorming, que serão agregadas ao diagrama que será formado com as ideias de cada participante.
Organize e categorize as ideias
Com a finalização do brainstorming, é hora de organizar as ideias que resultaram deste processo. Essa etapa tem o intuito de agrupar as informações coletadas baseando-se em temas relacionados com as ideias levantadas.
Por exemplo, se várias pessoas escreveram sobre um mesmo tema ou categoria por diversos pontos de vistas diferentes, é nessa etapa que deve-se colocar essas informações em conjunto. Essa fase também é colaborativa. O grupo definirá de que forma deve-se agrupar as ideias para alcançar os objetivos do diagrama.
Depois de organizar as ideias em grupos mais amplos baseando-se em temas e suas relações, é importante categorizá-los considerando aspectos como afinidade, proximidade, semelhança e dependência entre os temas.
Também é necessário nomear os grupos mais amplos para trazer ainda mais organização para o diagrama. Além disso, nessa etapa também pode-se identificar subgrupos dentro dos grupos definidos, delimitando ainda mais as categorias das ideias levantadas no diagrama.
Aqui, o diagrama já ganhou forma e poderá ser ajustado caso necessário, por exemplo, destacando as interdependências em cada categoria e conectando-as com linhas para trazer mais clareza.
Discuta e desenvolva um plano de ação
Não pense que o trabalho acabou com a finalização do diagrama. É a partir dele que as discussões sobre os resultados alcançados na criação do quadro de ideias serão feitas.
Nessa etapa, pode-se classificar as ideias geradas por ordem de prioridade, alinhando-as com os objetivos do projeto, com as necessidades do usuário, com os interesses dos stakeholders, entre outros.A hierarquização das ideias e os próximos passos a partir do diagrama, seja a ideação, ou a criação de estratégias para resolver o problema em evidência, serão definidas nesse passo.
Conclusão
O Diagrama de Afinidades é uma ferramenta muito útil para gerar ideias, agrupar informações, organizá-las de maneira visual, intuitiva e que faça sentido para os objetivos propostos. Além disso, fornece uma base de dados e ideias para os próximos passos de um projeto ou para a resolução de problemas.Esse framework é muito usado em contextos inovativos para gerar ideias criativas e sistematizar informações para apoiar as etapas do processo de Design Thinking.
Agora você já sabe como usufruir desse recurso tão rico na gestão de projetos, na resolução de problemas e no desenvolvimento de soluções, podendo testar esse método na próxima dinâmica com o time.
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