Framework Heart: o que é, benefícios e como funciona
Equipe de conteúdo - PM3

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10 minutos de leitura

Você sabe o que é o framework HEART? Para empresas que trabalham com o desenvolvimento de produtos digitais, dominar esse modelo pode trazer diversos benefícios, como: mais controle sobre os projetos e melhora da experiência do usuário

Neste artigo, saiba o que é o framework HEART, quais as vantagens de adotá-lo, como o modelo funciona e quais suas principais formas de aplicação. Boa leitura! 

O que é o framework HEART?

Desenvolvido pela Google Ventures em parceria com a Digital Telepathy, o framework HEART é um modelo que envolve um conjunto de métricas focadas em UX (User Experience)

Cada uma das letras é a sigla para uma categoria de métricas:

  • Happiness (Felicidade);
  • Engagement (Engajamento);
  • Adoption (Adoção);
  • Retention (Retenção);
  • Task Success (Sucesso da Tarefa).

Visualmente, esse framework é feito em forma de tabela. Nas linhas horizontais você deve incluir as métricas HEART. Já na vertical da tabela, devem aparecer 3 colunas: Goals (Metas), Signals (Sinais) e Metrics (métricas), como no esquema abaixo:

template framework HEART
Template framework HEART

Quais são os benefícios de adotar o framework HEART?

O HEART é bastante eficiente para otimizar a experiência do usuário, além de ser muito fácil de aplicar, já que se baseia em uma estrutura visual simples. 

Na prática ele pode contribuir para aumentar o grau de satisfação dos clientes com a sua solução, assim como melhorar os índices de retenção e diminuir as taxas de Churn

Além disso, o HEART permite organizar suas estratégias e alcançar suas metas de UX mais rapidamente, controlando o progresso dos resultados. 

O framework também é aplicável para as novas funcionalidades do produto ou para a solução como um todo, de acordo com a necessidade do negócio.

Como funciona o framework HEART?

Agora que você já entendeu o que é o framework HEART e quais os principais benefícios desse modelo, vamos ver cada um dos pontos envolvidos na tabela apresentada no primeiro tópico. 

Happiness (Felicidade)

A categoria Happiness (Felicidade) envolve métricas que medem o grau de satisfação dos clientes com o produto, como o NPS (Net Promoter Score), que permite identificar os detratores e promotores da sua empresa. 

Elas podem ser recolhidas por meio de pesquisas com os usuários para entender a percepção dos clientes e o quanto a sua solução atende as necessidades que eles têm. 

É possível combinar diferentes métricas (e pesquisas com os clientes) para ter uma visão mais completa sobre a satisfação do usuário em relação ao seu produto.

Engagement (Engajamento)

O grupo de Engagament (Engajamento) tem como objetivo analisar o grau de envolvimento ou engajamento do cliente com o produto, ou seja, como ele interage com a sua solução. 

As visitas semanais são um exemplo de métrica que faz parte dessa categoria para entender a frequência de atividades dos usuários na plataforma. 

Com esse tipo de métrica, é possível descobrir, por exemplo, se os usuários estão ou não utilizando o seu produto. A partir disso, você pode entender por que eles não estão usando a solução e criar ações para aumentar o engajamento. 

Adoption (Adoção)

As métricas de Adoption (Adoção) revelam o número de novos usuários no seu produto ou quantos clientes utilizaram as novas funcionalidades da sua solução. 

Isso vale, inclusive, para upgrades de planos, por exemplo, ou para a conclusão de compras de outras funções oferecidas pela sua plataforma. 

A partir dessas métricas, você tem mais um elemento para entender melhor se as suas estratégias de aquisição estão sendo efetivas.

Retention (Retenção)

A categoria Retention (Retenção) é responsável por medir a recorrência no uso do seu produto. Em outras palavras, quantos usuários continuam usando a sua solução com alguma frequência e qual é essa periodicidade. 

Assim, as métricas inseridas neste grupo envolvem o número de usuários ativos na solução (DAU – Daily Active Users, MAU – Monthly Active Users), quantos clientes optaram pela renovação do plano e são consumidores recorrentes das suas novas funcionalidades. 

Com isso, é possível ter insights importantes sobre se a sua solução está tendo sucesso em manter os usuários ao longo do tempo, assim como o que pode ser otimizado para melhorar esse índice. 

Esse grupo de métricas se relaciona ao Churn e ao LTV na sua empresa, que indicam, respectivamente, a quantidade de cancelamento de contratos e o valor do tempo de vida do seu cliente. 

Task Success (Sucesso da tarefa)

A categoria Task Success (Sucesso da Tarefa) tem o objetivo de avaliar a usabilidade da sua solução. 

Isso significa analisar o quão simples é para o seu usuário utilizar o produto e se a ferramenta atinge as expectativas que o cliente tinha ao adquirir a solução. Para isso, uma estratégia eficiente é colher o feedback dos usuários. 

A quantidade de erros ao longo das tarefas que os usuários realizam e quantas atividades foram completadas também deve ser considerada nesta fase. 

Goals (Metas)

A parte de Goals (Metas) precisa trazer os objetivos principais para otimizar o seu produto e a experiência do seu usuário. 

Uma dica é seguir a estrutura SMART para definir seus objetivos. Segundo esse framework, uma meta deve ser:

  • Specific (Específica);
  • Measurable (Mensurável);
  • Achievable (Atingível);
  • Relevant (Relevante);
  • Time-based (Temporal).

Definir suas metas contribui para avaliar seus resultados e entender se eles estão próximos ou distantes do objetivo estabelecido. Assim, é possível medir o progresso das estratégias e remodelar planos de ação para seguir o melhor caminho. 

Signals (Sinais)

A coluna de Signals (Sinais) deve trazer os indícios de que as suas estratégias estão trazendo o retorno esperado. O foco é entender como você está evoluindo rumo aos seus objetivos.

Os sinais complementam suas metas e também contribuem para definir as métricas ideais para mensurar seus resultados. Assim, os sinais são um pouco mais específicos do que as metas.

Metrics (Métricas)

A coluna de Metrics (Métricas) deve ser preenchida por último. Isso porque você pode tomar decisões melhores sobre elas depois de definir seus objetivos e entender os sinais que indicam a necessidade de mudança. 

Uma dica é aproveitar bem o espaço para especificar quais métricas devem ser consideradas, detalhando o máximo possível. 

Para escolher as métricas de produto mais adequadas, priorize seus objetivos e tenha em mente quais são os resultados mais importantes a serem avaliados. Afinal, não adianta também escolher um número muito alto de métricas se você não conseguir acompanhá-las efetivamente. É preciso ser realista

A ideia é que as três colunas (Goals, Signals e Metrics) dialoguem entre si e criem uma estrutura aplicável no dia a dia do negócio. 

Então, para preencher o framework HEART, depois de escrever as categorias, comece pelos objetivos, depois inclua os sinais e, então, as métricas. 

Seguindo esse método, você terá uma visão mais clara sobre o que deve ser feito para otimizar a experiência do usuário e atingir resultados melhores.

Exemplo: framework HEART no Spotify

Em sua aula no Curso de Product Analytics, Priscilla Lugão menciona o framework HEART como um método para definir as métricas de UX do produto. Dando como exemplo o Spotify, a consolidada plataforma de streaming de música, a aplicação do método ficaria da seguinte forma:

Felicidade

Uma meta de satisfação, nesse caso, estaria diretamente ligada à experiência do usuário ao ouvir músicas que gosta. Para saber se isso realmente está acontecendo, é possível aplicar pesquisas de satisfação, acompanhar as avaliações nas playlists criadas pela própria plataforma e também olhar com cuidado para os tickets do suporte. As métricas, consequentemente, vão estar relacionadas a esses sinais (NPS e porcentagem de tickets resolvidos, por exemplo).

Engajamento

Pensando no tempo que o usuário passa interagindo com o produto, uma meta para o Spotify poderia ser a de ter seus usuários escutando música na plataforma por, pelo menos, 1 hora por semana. Naturalmente, o tempo gasto escutando música ou explorando novas playlists são sinais interessantes e a média de duração da sessão é uma métrica-chave.

Adoção

Já na adoção, os usuários percebem o valor do produto e já estão dispostos a pagar por ele na versão premium. Aqui vale observar como sinal o número de usuários nessa nova modalidade e a porcentagem de conversão como métrica.

Retenção

Como avaliar a recorrência de uso do produto? Aqui, a equipe do Spotify certamente tem como meta a renovação do plano mensal. Para acompanhar esse objetivo, a quantidade de usuários que acessam o app com certa recorrência é um sinal muito importante, possível de avaliar pelos dados de Churn e pelo índice de retenção.

Sucesso da tarefa

Olhando mais para a usabilidade do produto e o sucesso da experiência, uma meta interessante para o Spotify seria ter 60% de uma música tocada, como forma de definir o sucesso da tarefa de escutar música. Dessa forma, é possível acompanhar a quantidade de músicas escutadas e tocadas por sessão, para entender se os usuários estão tendo uma interação satisfatória com o produto.

framework heart exemplo spotify
Exemplo fictício de aplicação do framework HEART no Spotify

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