Microgerenciamento: o que é, causas e como evitar essa prática
Gustavo Paiva

Gustavo Paiva

9 minutos de leitura

Você já ouviu falar sobre microgerenciamento? Trata-se de uma forma de liderança que, muitas vezes, é percebida como algo benéfico para a empresa aos olhos dos gestores. Porém, na verdade, pode ser uma verdadeira cilada, tanto para líderes quanto para colaboradores

Esse é um assunto muito caro a profissionais de RH e líderes de modo geral. Por isso, resolvemos elaborar este artigo para conversarmos um pouco sobre o tema.

Vamos explorar o que é microgerenciamento, discutir seus impactos no ambiente de trabalho e dar algumas dicas para não cair nessa prática, que pode prejudicar qualquer negócio. Siga com a leitura e confira os detalhes!

O que é microgerenciamento?

Microgerenciamento é um modo de liderança caracterizado pelo controle excessivo por parte dos líderes. De modo geral, é praticado por lideranças chamadas comandantes ou centralizadoras, nas quais os gestores têm a necessidade de saber de tudo o que está acontecendo na empresa e controlar cada movimento dos seus liderados.

Muitas vezes, esse tipo de gerenciamento mais autocrático é entendido como algo positivo pelos líderes. Eles acreditam estar fazendo um bom trabalho pela empresa ao (tentar) controlar tudo. Porém, na verdade essa atitude só gera o desgaste e a desmotivação das equipes.

Quais são as características do microgerenciamento?

As principais características do microgerenciamento são:

  • controle excessivo por parte dos líderes;
  • práticas de trabalho exaustivo e com excesso de burocracias;
  • necessidade de consultar a liderança para toda e qualquer decisão a ser tomada;
  • retrabalho constante devido a solicitações de alterações em todas as demandas;
  • atenção exacerbada dos gestores a detalhes que poderiam ser resolvidos pelas equipes;
  • destituição da autonomia dos colaboradores.

Quais são as causas do microgerenciamento?

As causas do microgerenciamento podem estar relacionadas a duas situações: uma de ordem pessoal e outra ligada à própria organização.

O microgerenciamento de ordem pessoal diz respeito a uma característica do próprio líder, ou seja, trata-se de um atributo individual. Isso pode ser um indicativo de que houve uma contratação ou promoção inadequada desse profissional. Sobretudo quando a organização não corrobora o microgerenciamento como uma prática da sua cultura organizacional.

É importante lembrar que, quando um gestor — ou qualquer colaborador — não se encaixa nos valores da empresa, essa é a receita perfeita para que a cultura empresarial seja cada vez mais desgastada por essa discrepância. Isso prejudica o crescimento do negócio.

Já a segunda situação ocorre quando a própria organização tem como política o microgerenciamento, incentivando essa prática nos gestores. De toda forma, essas duas possíveis causas do microgerenciamento têm como característica comum uma profunda falta de confiança das lideranças em suas equipes.

Esse é um grande equívoco, uma vez que, tanto a confiança dos líderes quanto a autonomia estimulada nos colaboradores, são essenciais para que uma empresa possa crescer e se manter relevante. 

Afinal, quando um líder sabe delegar tarefas e confia nos profissionais que estão com ele, ganha tempo para focar em áreas estratégicas da empresa. Assim, consegue aprimorar os processos internos e identificar oportunidades para os negócios, em vez de ficar fiscalizando constantemente suas equipes.

Quais são os problemas causados pelo microgerenciamento?

O microgerenciamento provoca alguns problemas que podem ser facilmente identificados. Confira alguns sinais dessa prática que merecem atenção a fim de ser possível contorná-los. 

Falta de autonomia dos colaboradores

A autonomia é um fator crucial para garantir a eficiência das equipes, o sentimento de pertencimento dos colaboradores e o senso de responsabilidade dos times. Tudo isso leva aos melhores resultados para a organização.

No entanto, quando há microgerenciamento em uma empresa, essa habilidade é retirada dos profissionais. Eles ficam de mãos atadas, dependendo da gestão para tudo. Isso provoca um sentimento de estagnação e desmotivação.

Processos burocratizados

A burocratização de processos também é outro sinal de alerta de microgerenciamento. Ela envolve passar pelo crivo da gestão toda e qualquer demanda que poderia facilmente ser resolvida sem ela. 

Gera lentidão na execução das atividades da organização, o que compromete o trabalho do colaborador, a interação entre as equipes e as decisões estratégicas da gestão, que fica às voltas com a aprovação de demandas eternas. 

Limitação da criatividade das equipes

A criatividade e a inovação são habilidades que devem ser incentivadas nas equipes, e não barradas. Contudo, com o microgerenciamento, a participação dos colaboradores em novos projetos é impedida pela falta de confiança dos gestores.

Além disso, quando surgem novas ideias e iniciativas por parte dos colaboradores, com potencial de alavancar um aspecto do negócio, o excesso de burocracias e o controle extremo da gestão impossibilitam que elas saiam do papel e gerem melhorias.

Clima organizacional comprometido

O clima organizacional é um aspecto de muita importância para qualquer negócio. Ele é criado em conjunto e nutre as percepções de todos quanto ao ambiente de trabalho, a remuneração, as promoções, as oportunidades de evolução profissional e do crescimento do negócio, entre outros.

O microgerenciamento, a partir de lideranças comandantes e controladoras, acaba por comprometer e desgastar a construção contínua desse clima organizacional. Isso só gera desmotivação e, como consequência, rotatividade (turnover) indesejada.

Como evitar o microgerenciamento? 4 dicas

Até agora, você pôde perceber o quanto o microgerenciamento é uma prática prejudicial para os negócios. Sendo assim, é importante não apenas identificar seus sinais, mas também ter meios de contorná-lo. 

A seguir, separamos algumas dicas de como evitar o microgerenciamento.

1. Faça pesquisas de clima organizacional

Primeiramente, é preciso identificar a prática do microgerenciamento. Assim, pesquisas de clima organizacional frequentes servem para saber a opinião dos profissionais quanto aos processos, as práticas e as políticas empresariais.

A pesquisa organizacional fornece insights valiosos aos gestores e o diagnóstico de aspectos como o nível de autonomia dos colaboradores e sua percepção com relação à liderança.

A partir dela, é possível projetar ações de treinamentos e desenvolvimento de equipes, para buscar mais confiança e autonomia.

2. Alinhe as contratações à cultura empresarial

A contratação de profissionais em quem a organização pode confiar é fundamental para evitar o microgerenciamento. Quando a empresa conhece o profissional que ela precisa e as competências que ele deve ter, não há por que praticar o microgerenciamento.

Assim, é importante que os líderes se alinhem quanto a isso com o RH, de modo a encontrar os melhores candidatos conforme o fit cultural da organização.

Quando a empresa se preocupa com esse aspecto, ela consegue ter equipes eficientes e autônomas. Assim, sobra tempo para a gestão focar em áreas que realmente demandam sua atenção.

3. Incentive a cultura de feedback

Feedbacks são fundamentais para alinhar as equipes à gestão e à cultura da empresa. A partir do retorno dado ao colaborador, seja ele positivo ou negativo, os líderes conseguem orientar seus profissionais de acordo com um rumo claro e objetivo a ser seguido.

Além disso, é uma forma de colaborar para o desenvolvimento profissional das equipes e, consequentemente, da própria empresa. As suposições acabam por parte dos colaboradores, que passam a trabalhar com mais confiança e assertividade.

Com uma cultura de feedbacks, portanto, o negócio se mantém sempre com foco no crescimento.

4. Realize reuniões one-on-one

Por fim, a realização de reuniões one-on-one, ou reuniões 1:1, é uma ótima maneira de evitar o microgerenciamento. 

Trata-se de reuniões em que os liderados têm a oportunidade de levantar questões à liderança e falar abertamente sobre desafios e sugestões de melhoria.

Por si só, as reuniões 1:1 reforçam que a empresa está aberta a ouvir os profissionais, demonstrando sua importância e reforçando a confiança mútua. Além disso, melhora a comunicação, a produtividade e o engajamento das equipes, ao sentirem que são reconhecidas pela liderança.

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Você percebeu o quanto é importante reconhecer o microgerenciamento nas práticas de liderança? Afinal, trata-se de algo nocivo para o crescimento dos negócios, sendo necessário saber como evitá-lo e, com isso, promover uma cultura organizacional alinhada com os propósitos da empresa.

Outro ponto crucial é se atualizar quanto às habilidades de liderança e humanas para se tornar um profissional com destaque no mercado. A boa notícia é que a PM3 pode ajudar com isso!

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  • Liderança e trabalho em equipe;
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  • Inteligência emocional no trabalho;
  • Delegação e engajamento de equipes;
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