Os benefícios da Cloud para seu produto - Cursos PM3
Marcelo Risso Klein

Marcelo Risso Klein

8 minutos de leitura

Product Managers desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e sucesso de produtos digitais. Eles estão constantemente buscando maneiras de aprimorar e expandir seus produtos para atender às necessidades e demandas dos usuários. É nesse contexto que os benefícios da Cloud podem ajudar as pessoas de Produto. 

Pense em um tempo não tão distante assim, em que era necessário comprar servidores caso quiséssemos aumentar um pouco mais o poder de processamento. Após essa compra, ainda existia um tempo para que o equipamento chegasse até o Data Center e fosse configurado, incluindo o Sistema Operacional, Redes, entre outros. Além disso, havia o custo de manter tudo dentro de um ambiente controlado, com o ar condicionado ligado 24 horas por dia. 

Essa realidade trazia consigo uma série de desafios e burocracias para Product Managers. Qualquer alteração nos produtos, seja a adição de uma nova funcionalidade ou a realização de um teste A/B, exigia um processo demorado e custoso.

Essas limitações e entraves relacionados à infraestrutura local afetavam diretamente o dia a dia de PMs, que estão constantemente imersos no entendimento das necessidades dos usuários, na formulação de hipóteses e no desenvolvimento de novas funcionalidades. Não podem permitir que questões de infraestrutura comprometam seu foco principal: criar/evoluir o produto.

Agora, imagine uma tecnologia capaz de ter todos esses recursos disponíveis a alguns cliques de distância, por meio do seu navegador, em que você pudesse comprar o serviço em um portal parecido com um e-commerce. Isso facilitaria a sua vida, não é?

É exatamente isso que a nuvem veio fazer: facilitar a nossa vida e oferecer ótimas oportunidades para a estabilidade e evolução do seu produto.

Quais são os benefícios da Cloud?

No artigo de hoje, iremos falar sobre os benefícios da Cloud para o seu negócio. Podemos listar 10 benefícios claros na adoção da nuvem pela sua empresa, que são:

  • Alta disponibilidade;
  • Tolerância a falhas;
  • Escalabilidade;
  • Elasticidade;
  • Alcance Global;
  • Latência;
  • Agilidade;
  • Custos;
  • Recuperação de desastres;
  • Segurança.

Alta disponibilidade

Devemos ter em mente que quando contratamos um serviço em nuvem, existe um contrato de SLA (Acordo de Nível de Serviço) que o fornecedor estabelece conosco. Isso significa que, caso o serviço fique indisponível, o fornecedor tem um tempo determinado para restabelecê-lo.

Esse aspecto nos proporciona uma segurança importante na administração dos sistemas da organização, pois estamos terceirizando para uma empresa que possui profissionais dedicados e uma estrutura robusta.

Tolerância a falhas

Podemos contar também com a tolerância a falhas, que nada mais é do que a redundância de dados ou serviços. Imagine que você tenha um produto importante que precisa estar disponível a maior parte do tempo.

Você pode distribuir esse produto em 3 servidores na nuvem e, caso algum desses servidores apresente falhas, os usuários serão redirecionados para os outros dois servidores, de forma totalmente transparente para eles.

Escalabilidade

Imagine que você possui um serviço de streaming de vídeos, onde atualmente tem uma determinada quantidade de conteúdo e usuários. No entanto, você decide fazer um grande investimento para aumentar a quantidade de conteúdo e, consequentemente, o número de usuários. Nesse caso, seria necessário aumentar o armazenamento da infraestrutura para suportar o novo volume de conteúdo.

Em resumo, você está escalando o poder de armazenamento para o seu produto. Dessa forma, você tem a capacidade de ajustar os recursos computacionais de acordo com suas necessidades, expandindo-os horizontalmente.

Elasticidade

Esse tipo de benefício é ideal para produtos que apresentam grandes picos de demanda. Um exemplo disso é o e-commerce durante a Black Friday, em que é esperado um aumento significativo na demanda durante aquele período. A elasticidade, como o próprio nome sugere, é a capacidade de aumentar ou diminuir de acordo com a situação.

O responsável pela arquitetura pode provisionar mais processadores à medida que o uso do processador atual atinge 90% de sua capacidade. O mesmo se aplica ao armazenamento e à memória. Da mesma forma, é possível fazer o contrário, ou seja, diminuir a capacidade computacional à medida que a demanda diminui. Tudo isso pode ser feito de maneira automática.

Existe uma confusão entre escalabilidade e elasticidade, e vou explicar aqui a diferença, que é bem simples.

A escalabilidade é o poder de aumentar horizontalmente a capacidade de sua infraestrutura de acordo com as necessidades, de forma mais planejada. Já a elasticidade está relacionada ao aumento computacional vertical, ou seja, adicionar ou remover recursos conforme a demanda, sem saber exatamente quando e qual será o pico de uso do produto.

Alcance Global

Ao contratar um serviço em nuvem, temos a oportunidade de alocar recursos computacionais em diversos locais do mundo, facilitando assim a expansão da empresa ou descentralizando a infraestrutura quando se trata de uma empresa global. Os provedores oferecem servidores espalhados por todos os continentes do planeta, o que é um benefício enorme em termos de latência e disponibilidade.

Se temos um produto global, como a Uber, por exemplo, podemos ter uma instância do produto em cada continente, reduzindo significativamente a latência. Outro ponto importante é que, em caso de algum tipo de desastre no servidor físico do provedor, temos a oportunidade de transferir o produto de um continente para outro até que as coisas voltem ao normal.

Latência

Falando do Azure, a Microsoft fornece uma infraestrutura específica na nuvem, garantindo que a latência seja a menor possível, mesmo quando estamos lidando com continentes diferentes.

Caso precisemos instanciar nosso produto em outro continente, seja por conta de algum desastre ou por questões de custo, a latência não será um grande problema.

Agilidade

A oportunidade de provisionar recursos computacionais instantaneamente é de grande valor para as empresas. Vamos pensar no caso de uma empresa trabalhando em um produto inovador, que requer poder computacional, mas ainda não temos uma noção exata de quanto será necessário, pois o produto ainda não está em uso no MVP (Produto Mínimo Viável). Neste caso, como iremos gastar dinheiro comprando servidores físicos e alocando-os em data centers?

É aí que a nuvem nos ajuda, pois não precisamos mais adquirir tudo antecipadamente. Basta criar a infraestrutura na nuvem pelo próprio navegador, de forma rápida e escalável.

Custos

Na nuvem, geralmente falamos em despesas operacionais (Opex), ou seja, os gastos são calculados com base no uso e o pagamento é feito posteriormente. Além disso, podemos acessar os recursos imediatamente.

Por outro lado, quando falamos de arquitetura on-premise, estamos falando de despesas de capital (Capex), ou seja, há um investimento inicial necessário antes mesmo de usufruir do hardware. A empresa paga pelo equipamento antecipadamente e leva tempo para chegar, configurar, etc.

Na nuvem, já podemos começar a utilizar o produto antes mesmo de pagar pelo que foi adquirido.

Recuperação de desastre

Quando falamos de desastre, estamos nos referindo a algo difícil de prever e que não estamos imunes. Chuvas, furacões, tsunamis e outras situações podem ocorrer e prejudicar o funcionamento do seu produto, que muitas vezes, se ficar fora do ar por algumas horas, representa perdas financeiras significativas.

Para isso, a nuvem oferece recursos de recuperação de desastre, em que o produto pode ser rapidamente migrado para outra localização geográfica, evitando uma longa indisponibilidade que afete substancialmente o seu produto.

Perceba que esse recurso difere da tolerância a falhas que discutimos anteriormente, pois aqui ocorreu um desastre no data center, afetando todos os servidores físicos. Nesse caso específico, a tolerância a falhas não seria eficaz.

Segurança

O ambiente em nuvem é criptografado, incluindo servidores, comunicação e dados.

Caso ocorra a interceptação de algum dado em trânsito entre servidores de um provedor, o problema não será significativo, pois as chaves criptográficas utilizadas são muito longas, tornando inviável uma tentativa de quebrar a criptografia por força bruta.

Conclusão

Aqui, listamos os principais benefícios da Cloud para nossos produtos e empresas. Seja para uma grande empresa que já possui uma infraestrutura robusta local (on-premise) e deseja migrar para a nuvem, ou para uma startup que precisa de agilidade e baixo custo devido às incertezas.

Eu sei que em ambientes de produtos digitais inovadores, as ideias fluem, o desenvolvimento é acelerado e as coisas acontecem rapidamente, mas reserve um tempo e forme uma boa equipe para cuidar da infraestrutura em nuvem, pois isso pode proporcionar uma autonomia e agilidade enormes, especialmente para lidar com as incertezas que surgem no início da vida dos produtos digitais.

Seu PM irá agradecer por poder direcionar mais o seu foco na evolução do Produto.