Continuando a série de entrevistas com os nossos alumni, convidamos o Giseli Anversa, que tem um background em engenharia civil, e hoje atua como Coordenadora de Product Design na Sienge.
Aprender com as experiências das outras pessoas é uma das formas de se inspirar e buscar alternativas para uma transição de carreira, como é o caso de muitos profissionais de Produtos digitais, as suas experiências no passado acabam por moldar quem você é hoje ou será amanhã. Vamos a isso!
Breve histórico sobre você
Comecei minha carreira como engenheira civil, atuando nas áreas de orçamento e planejamento de obras comerciais e residenciais. Nesta trajetória, passei por construtoras de vários portes, por uma BIG4 e tive minha própria empresa de consultoria. Mas uma circunstância se mantinha constante: vira e mexe eu me deparava com um ERP de gestão, que era meu “braço direito” na obra.
Em 2017, mudei para Florianópolis, e o mercado de trabalho estava bem ruim no período… na busca pela recolocação, me deparei com uma vaga de Customer Success Manager na empresa que desenvolvia o software que usei por tanto tempo. Pensei: por que não?
E aqui estou eu… entrei como CSM, atuei como Product Manager do time de engenharia civil, depois liderei as squads dedicadas aos produtos de construção civil e acabo de assumir o desafio de coordenar o time de Product Design, com a missão de levar uma pegada de negócio aos nossos processos de discovery e fazer parte da estratégia de product-led growth.
Como foi seu processo seletivo para produto? Alguma dica para quem está começando?
Há três anos atrás, eu nem sonhava com uma carreira em Produto, quiçá participar de um processo seletivo na área!
Porém, quando passei a atuar como CSM, atuava muito próxima ao time de Produto. E, nestas interações, achava o trabalho dos PMs muito bacana e queria contribuir naquele dia a dia.
Eis que um dia, o nosso CTO, que é uma pessoa de mente aberta e entusiasta de Produto, puxou papo comigo perguntando sobre o que eu estava achando da minha transição de carreira, da Construção Civil para a Tecnologia, e qual era a minha expectativa de próximos passos nesta nova carreira.
Poucos meses depois, uma oportunidade surgiu na squad de engenharia civil, e recebi o convite do CTO para assumir como Product Manager. Foi um momento muito bacana, e que abriu meus olhos para um mundo que sou apaixonada!
Quando olho para trás e vejo o caminho que percorri, entendo que ter me interessado pelo negócio – tanto do cliente que utilizava nosso produto quanto da empresa que eu fazia parte – foram fundamentais para juntar as peças e entender o papel do Produto e do Product Manager. É preciso enxergar as engrenagens que relacionam um lead a um cliente com um alto grau de engajamento e como o Produto está presente em cada uma das etapas.
No meu caso, conhecer o produto em si, seu funcionamento, pontos fracos e fortes, fez muita diferença. E vejo que isto é um diferencial para quem está começando na área.
Se o seu sonho é atuar na área de Produto, pode ser que a primeira oportunidade não seja como APM, PO ou PM… mas existem muitas áreas que agregam conhecimento a um bom produteiro, e dedicar-se a estas oportunidades, como parte da jornada de uma pessoa de produto, é uma dica valiosa.
E, finalmente, fale com as pessoas. O job de um PM é pensar e conversar, então encare sua carreira com um dos produtos mais valiosos que você pode construir! Esteja próximo das pessoas, faça com que elas te conheçam e as oportunidades surgirão.
Qual você acha um mindset ideal para trabalhar na área de Produto?
Tenho uma opinião um pouco forte sobre o assunto… no fim das contas, estamos ali para transformar o dia a dia de duas “entidades”: do Cliente, que quer nosso Produto, e da Empresa, que desenvolve este Produto.
E nessa linha, quem trabalha na área tem que ter muita habilidade e visão para entender como direcionar as expectativas das duas partes que, muitas vezes, são antagônicas.
Então, enxergar o conflito e ter uma postura mediadora – não passiva, mas de quem olha o problema e não a solução – é um mindset que deve ser instigado e aprimorado.
Veja que eu disse direcionar, e não atender. Alguém não vai gostar da decisão final do time de Produto, e aí entra outra postura que considero muito importante: saber usar a comunicação como um facilitador. Gostar de comunicar é o básico, mas também entender “qual a linguagem” mais eficiente e direta, são fundamentais!
Como a PM3 ajudou na sua trajetória profissional?
Ter vindo de uma outra área e assumir, logo de cara, a posição de Product Manager, foi um desafio e tanto!
Fiz o curso de Product Management em 2018. Acho que fui uma das primeiras alunas, e sou bem honesta em dizer que esse apoio para me ajudar na transição para uma carreira em Produto, que eu mal tinha domínio.
O time que eu atuava na época era muito forte em metodologias ágeis e boas práticas de código. Então, quando aprendi sobre times ágeis, alguns conceitos de desenvolvimento e o papel do PM em um time, consegui me “situar” rapidamente neste novo mundo.
E o que eu aprendia no curso eu usava na prática. Isso foi me ajudando a me sentir mais segura, a interagir mais com outros PMs, com a comunidade e a criar a minha própria rotina de aprendizado.
Esta é a maior contribuição que vi para a PM3 na minha carreira: conforme eu fazia o curso e me deparava com novos desafios na minha carreira, encontrava no material e na comunidade, as ferramentas que me ajudavam a dar o próximo passo.
Gosto muito da dinâmica do curso: é uma crescente. Do “arroz com feijão” para quem acabou de chegar na área, até assuntos mais avançados, que são exigidos de PMs mais seniores.
Tem alguma história que gostaria de compartilhar?
Uma história rápida, pois já falei demais rsrsr… mas não passo deixar passar.
Vejo que a área de TI é mega desafiadora para mulheres, e vim de uma área que também não é fácil – a construção civil. Mas tem uma coisa que muitas pessoas não falam: como a área de Produto está recebendo muitas pessoas de outras áreas, cada vez mais teremos diferentes perfis em nosso meio.
Fiz minha transição depois dos 30 e quando já era mãe. Então, a história que eu deixaria é de empoderamento às mães: sim, nós podemos nos desafiar, conviver com diferentes perfis, idades e mentalidades e não sermos a “mãe” do time, mas sim uma profissional respeitada e moderna.
E se não fizermos o estilo “moderninha”, tá tudo bem!
O importante é acreditar no nosso propósito, arregaçar as mangas, ir à luta e entregar produtos incríveis!
Alguns livros e conteúdos que indica.
Devoro conteúdo, em todas as mídias!
Gosto de algumas “pílulas” de conteúdo do Instagram, que refrescam a memória e trazem algo novo. Pra citar alguns, indico óbvio, o PM3. Também acompanho Pílulas de Produto, The Lean Apps e o 10s.productmanagement.
Também assino algumas newsletters de temas que estou dedicando atenção no momento.
Como estou imersa em Product Growth, dedico atenção especial para o conteúdo produzido pelo Wes Bush e faço parte da lista do Telegram da Growth Leaders Academy, que é do Gabriel Costa. Por falar em Growth, indico PROFUNDAMENTE o “The Product-led Organizations”, do Todd Olson – é de explodir de tanta empolgação!!!
E, pra fechar, meus favoritos: os podcasts. E aí sou eclética. Como gosto de entender como a Indústria de Software funciona, sou fã de carteirinha do UpTech, que traz a visão de carreira, tecnologia e gestão. E acompanho de pertinho o conteúdo do Mulheres de Produto, Product Backstage e Product Guru´s.
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