POC, MVP, protótipo e piloto: qual a diferença e quando utilizar cada um?
Vanessa Lopes

Vanessa Lopes

Product Owner na Tmov

5 minutos de leitura

Quando falamos em inovação e agilidade, precisamos sempre pensar em novas formas de pivotar (mudar direção, testar novas hipóteses) a fim de que seja possível alcançar diferentes resultados e perspectivas. Existem boas formas de se fazer isso, como os que trouxemos no título (POC, MVP, protótipo e piloto). Mas afinal, para que servem e como se diferem um do outro?

Neste artigo vamos entender não apenas os conceitos, mas as situações de uso e os benefícios que trazem para o processo de trabalho com produtos digitais.

POC – Proof of Concept (Prova de Conceito)

Trata-se de um exercício, uma maneira de verificar se uma ideia é, antes de tudo, viável num determinado contexto de negócio. Esse método é excelente, sobretudo ao lidarmos com inovação envolvendo alto risco de entraves e problemas (o que eu diria é o mais comum de se vivenciar no processo de desenvolvimento de software). 

Como pessoa de Produto, precisamos pensar na priorização das nossas atividades, bem como avaliar se o que pretendemos construir agrega valor e vale o investimento. Parte de se alcançar a aprovação ou ter certeza que se está caminhando na direção certa envolve a atividade de avaliar e, com isso, convencer. 

Pensando em desenvolvimento de software e gestão de produto digital, uma POC pode ser uma opção no processo de Discovery. Decidindo o que iremos construir, somamos esforços técnicos para avaliar se a solução mais indicada está, de fato, alinhada aos objetivos da empresa, metas do produto e requisitos de negócio, por exemplo. Aprofundando tecnicamente, também é uma maneira dos engenheiros colocarem à prova, literalmente, uma solução antes de despender tempo em testes extensos.

Precisamos ter em mente e sempre nos perguntarmos se o que perseguimos efetivamente resolve o problema do nosso negócio/usuário ou não, e se é escalável e extensível para melhorias e/ou novos desdobramentos dos nossos objetivos. Afinal, gestão de produto é lidar com extrema adaptabilidade e maleabilidade.
Mas, afinal, como realizar uma POC? Gosto muito de pensar que métodos e ferramentas devem ser utilizadas da maneira que conseguimos adaptar para nossa realidade, com foco em fazer funcionar e trazer resultados, mais do que seguir uma receita de bolo. Porém é importante frisar alguns pontos que envolvem, inevitavelmente, a realização de uma prova de conceito:

  • Documentação que delimite bem o objeto/solução e como será realizada a prova de conceito;
  • Definição de critérios de sucesso, ou seja, o que pode ou não demonstrar que aquele objeto/solução serve para o que pretendemos.

MVP – Minimum Viable Product (Mínimo Produto Viável)

Principalmente presente no contexto de startups, mas não restrito a ele, um MVP é uma possibilidade de versão inicial de um produto, lançado com foco total na resolução da principal dor do usuário, bem como na experiência dele.
Embora possa parecer, não se confunde com uma versão simplificada ou um protótipo de produto, muito menos uma POC. Pelo contrário é um produto completo com seu mínimo necessário, ou seja, feito com mais rapidez e menos demanda de desenvolvimento, porém que é para ser lançado e tem-se o intento de ser utilizado pelo consumidor final. 

É a partir dele que um novo produto vai buscar seu Product Market Fit, verificando se satisfaz uma demanda de mercado e se há realmente interesse no seu uso. A partir dele, seguimos incrementando um produto digital, adicionando funcionalidades e potencializando o seu valor, porém o mínimo necessário já estava ali.

Dica: Você pode ler um artigo sobre como construir um MVP aqui mesmo, no blog da PM3.

Protótipo

Quando falamos em protótipo, aí sim, entramos numa esfera mais visual e prática de uma ideia. Enquanto realizamos uma POC com a intenção de verificar se uma ideia/solução é ou não viável para o contexto técnico e de negócio, um protótipo nada mais é do que uma forma de tornar uma ideia/solução uma versão simplificada e real, que serve para fins de teste de design, usabilidade, funcionalidade e experiência, não necessariamente englobando todos esses elementos, mas focando em pelo menos um deles.

Aqui sim temos o rascunho da solução final, longe de completa ou complexa, mas que exemplifica e serve para alinhamento e aprovação, principalmente quando falamos sobre deixar todos os interessados numa mesma página, quando lidamos com gestão de stakeholders. Protótipos são, definitivamente necessários para visão, alinhamento e aprovação de minúcias de experiência e design.

Piloto (Try&Buy)

Se fossemos seguir uma cronologia, o piloto viria muito após todos os outros conceitos citados. Aqui já não se fala mais em validação de conceitos, ideias, testes ou aperfeiçoamento. O piloto é usado para que clientes testem uma soluçãocomercialmente madura (o que também é chamado de “experimente e compre”). 

É uma estratégia totalmente ligada à parte comercial do negócio, oferecida ao mercado para confirmar parâmetros de performance visando o cálculo de ROI (Return of Investment, retorno de investimento). Nessa fase, o produto e o negócio certamente já estão em um nível complexo e em busca de investimentos mais significativos para intensificar sua participação no mercado.

Concluindo

Por mais que esses conceitos pareçam familiares, eles correspondem a momentos diferentes da estratégia de produto e desenvolvimento de uma solução. Sabendo o que significam cada um deles e a qual etapa do processo correspondem, você agora já tem preparo para participar das conversas de desenvolvimento com muito mais segurança.


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