Traduzido por Bruno Coutinho.
Este conteúdo é uma tradução livre do estudo feito pela CB Insights que pode ser encontrado originalmente aqui.
Embora seja uma tradução, tentamos manter o conteúdo o mais próximo possível do original, com seus jargões, ilustrações, etc.
Esta tradução foi feita porque o conteúdo sobre produto em língua inglesa é a priori mais farto do que o em português – além do fato da Cursos PM3 prezar prezar que todos tenham acesso a bons conteúdos na área de product management.
Por isso, não apenas criamos o curso que é hoje referência no mercado nacional, mas também desenvolvemos algo sem precedentes no mercado nacional na missão de tornar o país referência mundial em gestão de produto.
Devido a sua extensão, separamos o texto original em 4 partes. Sendo os próximos lançados nas próximas semanas.
Boa leitura!
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Da falta de product-market fit à falta de harmonia no time, detalhamos as 20 principais razões que as startups falham, ao analisar 101 post mortem de produtos diferentes.
Depois de reunirmos nossa lista de post mortem, uma das solicitações mais frequentes que recebemos foi de usá-las para descobrir os principais motivos pelos quais as startups falharam.
Startups, corporações, investidores, profissionais ligados ao desenvolvimento econômico, acadêmicos e jornalistas, todos queriam ter uma ideia da seguinte questão: “Por que as startups falham?”
Por isso, demos a esses post-mortems o tratamento de dados do CB Insights para ver se poderíamos responder a essa pergunta.
Depois de analisar todo o conteúdo, descobrimos que raramente há um motivo para a falha de uma única startup. Porém, começamos a ver um padrão para essas histórias. Identificamos as 20 principais razões pelas quais as startups falham.
Como muitas startups ofereceram vários motivos para a falha, o gráfico destacando os 20 principais motivos não chega a 100% (excede em muito).
A seguir ao gráfico, há uma explicação de cada motivo e exemplos relevantes tirados dos post-mortem.
Certamente não há receita de bolo, e sim muitas lições relevantes para qualquer pessoa que está dentro do ecossistema empreendedor.
Vale ressaltar que esse tipo de análise orientada a dados não seria possível sem que os fundadores dessas empresas fossem corajosos o suficiente para compartilhar suas histórias. Então, um grande obrigado a eles.
#20 – Falhar no Pivot
Não ter mudado rápido o suficiente o produto, uma má contratação ou apenas uma má decisão foi citado como motivo de falha em 7% dos postmortems. Morar ou se casar com uma má idéia pode minar os recursos, além de deixar os funcionários frustrados com a falta de progresso.
A Imercive foi uma daquelas startups de tecnologia que foram prejudicadas devido a uma falha no pivot. A empresa, que foi fechada em 2009, pretendia originalmente permitir que as pessoas comprassem em restaurantes locais por meio de mensagens instantâneas de texto.
Depois que esse conceito se mostrou muito difícil e caro para ser funcional, o fundador Keith Nowak decidiu pensar maior. As mensagens de texto podem ser usadas para ajudar as pessoas a interagir com todos os tipos de empresas, não apenas restaurantes – e, por sua vez, ajudariam essas empresas a interagirem melhor com seus clientes.
Mas quando Nowak reconheceu essa nova e maior oportunidade, o Imercive já havia gastado a maior parte do dinheiro em sua rodada de “seed”. Sem nenhum resultado para mostrar, nem qualquer prova de que a nova visão pudesse ganhar força, a empresa teve que fechar.
Como Keith Nowak escreve no post-mortem da Imercive:
“Fomos pegos no meio do pivot – a meio caminho entre uma estratégia que sabíamos que não funcionaria e uma que acreditávamos ser bem-sucedida, mas que não era capaz de ser perseguida agressivamente. Ficamos extremamente frustrados por não conseguirmos seguir com a nossa nova estratégia e todos os dias que passavam sem progresso, estávamos a um passo mais perto do fracasso da minha primeira empresa. Mesmo colocando tudo o que tínhamos para passar dessa fase, nunca fomos capazes de passar pelo pivot.”
No entanto, alguns dizem que fazer um pivot nem sempre é a resposta. Fred Wilson, da Union Square Ventures ‘, escreveu em um post de 2018 que o conceito de fazer um pivot de uma má ideia de startup é superestimado, e que muitas vezes é melhor deixar uma má ideia falhar:
“Não há nada que eu não goste mais do que continuar com algo quando perdi o interesse e, pior, os fundadores perderam o interesse. Portanto, minha opinião é se você falhou, aceite, anuncie e lide com isso. Encerre o negócio, devolva o dinheiro. Em seguida, faça o que você quiser fazer a seguir. Se for outra startup, faça-a do zero. Se for outra coisa, bem, vá em frente também.”
#19 – Burnout
O equilíbrio entre vida profissional e pessoal não é algo que os fundadores das startups costumam obter, por isso o risco de ter um burnout é alto. O burnout foi dado como motivo da falha em 8% das empresas. A capacidade de reduzir suas perdas quando necessário e redirecionar seus esforços quando você vê um beco sem saída foi considerada importante para ter sucesso e evitar o esgotamento, assim como ter uma equipe sólida, diversificada e orientada para que as responsabilidades possam ser compartilhadas.
O que pode dificultar as conversas sobre burnout, especialmente no Vale do Silício, é a crença generalizada de que a construção de uma empresa de sucesso sempre envolverá algum grau de excesso de trabalho possivelmente perigoso. Como diz o membro do conselho da Uber e CEO da Thrive Global Arianna Huffington:
“A visão predominante dos fundadores das startups no Vale do Silício é uma ilusão de que, para ter sucesso, para construir uma empresa de alto crescimento, você precisa se esgotar.“
Ao mesmo tempo, vários fundadores falaram sobre como o desgaste pode ser prejudicial. O ex-CEO da Zenefits, Parker Conrad, disse:
“Acho que as pessoas não estão preparadas para o quão difícil e horrível será começar uma empresa. Eu certamente estava.”
#18 – Não usar a rede de contatos
Frequentemente ouvimos falar de empreendedores iniciantes que lamentam sua falta de conexões de rede ou de investidor; portanto, ficamos surpresos ao ver que um dos motivos do fracasso foram os empreendedores que disseram que não utilizaram adequadamente sua própria rede.
Como Kiko escreveu:
“Envolva seus investidores. Seus investidores estão lá para ajudá-lo. Envolva-os desde o início e não tenha medo de pedir ajuda. Acho que cometemos o erro desde o início de tentar fazer (e saber) tudo nós mesmos, talvez por insegurança por sermos tão novos no mundo dos negócios. Isto foi um erro.”
#17 – Problemas legais
Às vezes, uma startup pode evoluir de uma ideia simples e entrar em um mundo de complexidades legais que, em última análise, podem encerrá-la.
Por exemplo, o Decide.com foi lançado em 2011 como uma ferramenta para ajudar as pessoas a prever quando os preços de certos bens de consumo mudariam. Além dos preços listados para produtos de grandes varejistas como Target e Best Buy, a Decide.com incluía o preço de um item na Amazon. Como a empresa escreveu em seu post-mortem, a Amazon não ficou feliz com isso:
“Recebemos um aviso deles informando que não estávamos em conformidade e que eles suspenderiam nossa conta de afiliado. Não estávamos ganhando muito dinheiro, mas a Amazon representava mais de 80% da nossa receita.“
Vários postmortem de startups de música também associaram os altos custos de lidar com gravadoras e dores de cabeça legais como uma razão para falharem.
A Turntable.fm escreveu:
“Por fim, não prestei atenção nas lições de tantas startups que falharam. É um setor difícil de trabalhar. Gastamos mais de um quarto do nosso dinheiro em advogados, royalties e serviços relacionados ao apoio à música. É restritivo. Tivemos que interromper nosso crescimento porque não conseguimos lançar internacionalmente.”
A fabricante de malas inteligentes Bluesmart também foi vítima dos desafios legais. A empresa fechou em 2018 depois que a maioria das grandes companhias aéreas americanas decretou uma política exigindo que todos os viajantes removessem baterias de íons de lítio das bagagens despachadas:
“Temos notícias ruins para compartilhar com todos. As mudanças nas políticas anunciadas por várias grandes companhias aéreas no final do ano passado – o banimento das malas inteligentes com baterias não removíveis – colocam nossa empresa em uma situação financeira e comercial irreversivelmente difícil. Depois de explorar todas as opções possíveis para girar e avançar, a empresa foi forçada a encerrar suas operações. ”
#16 – Sem interesse do investidor
Vários fundadores de startups citaram explicitamente a falta de interesse do investidor, tanto no estágio inicial como no Séries A.
A startup de fones de ouvido inteligentes Doppler levou centenas de reuniões para tentar aumentar o capital necessário, mas os investidores simplesmente não pareciam acreditar no mercado em geral:
“O mercado mudou notavelmente para o hardware. Somos incrivelmente otimistas com o Here Two, e a Lei dos Aparelhos Auditivos da OTC já passou, mas precisamos de capital real para isso. O feedback que recebemos continuamente é que: ‘não estamos investindo em hardware e, principalmente, não estamos investindo em hardware nesses números’. É um risco muito alto, mesmo para a Valley“.
Um destino semelhante aconteceu com a “plataforma de reconhecimento em tempo real” Shnergle, que foi encerrada em 2013 devido a uma quantidade insuficiente de “capital de risco” disponível em sua região geográfica:
“Sua ideia gera receita apenas em escala? Se sua ideia só pode ser monetizada em escala, vá para São Francisco / Vale do Silício. Não há capital de risco ou apetite ao risco suficiente no mercado de risco do Reino Unido / UE para despejar capital em conceitos de P&D não comprovados. Se você deseja construir no Reino Unido, encontre uma maneira de monetizar desde o primeiro dia. Você ainda pode usar uma estrutura freemium para vender posteriormente. Shnergle nunca iria monetizar antes de ter aumentado significativamente. Falhou!”
Por fim, às vezes as empresas não conseguem levantar o dinheiro que precisam, porque um de seus concorrentes já o fez. Esse foi o caso da Sidecar, que levantou mais de US $ 35 milhões por seu serviço de compartilhamento de viagens e entrega B2B antes de ser forçada a vender para a GM em 2016:
“Em resumo, fomos forçados a encerrar as operações e vender. Não conseguimos competir com a Uber, uma empresa que levantou mais capital do que qualquer outra na história e é famosa por seu comportamento anticompetitivo. O legado da Sidecar é que inovamos em Uber, mas ainda não conseguimos conquistar o mercado. Falhamos – na maioria das vezes – porque o Uber está disposto a vencer a qualquer custo e eles têm capital praticamente ilimitado para fazê-lo.”
Continua…
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Estes foram os primeiros 5 motivos do porquê as startups falham. Para ter acesso aos próximos motivos, aguarde até a próxima semana. Porém, para ter uma educação completa de como se tornar um Product Manager e evitar falhas como estas descritas neste texto, conheça o curso de Produto da PM3.
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