Continuando a série de entrevistas com os nossos alumni, convidamos o Bernardo Dalfollo Gonçalves, que tem um background em Relações Internacionais e hoje atua como Product Owner na Iris – Data Driven Marketing, para compartilhar a sua história.
Aprender com as experiências das outras pessoas é uma das formas de se inspirar e buscar alternativas para uma transição de carreira, como é o caso de muitos Product Managers, as suas experiências no passado acabam por te moldar quem você é hoje ou será amanhã. Vamos a isso!
Breve histórico
Me chamo Bernardo, tenho 24 anos e sou formado em Relações Internacionais com Ênfase em Marketing e Negócios. Sim, uma formação um pouco exótica para quem trabalha com produto.
Sempre gostei de estar por dentro de todos os tipos de inovações, principalmente digitais, porém, tive várias experiências até descobrir que era com isso que queria trabalhar.
Saí do interior do Rio Grande do Sul para cursar Relações Internacionais na capital gaúcha, Porto Alegre. Nos primeiros semestres da faculdade, fiz parte da empresa Júnior do curso de RI, a Global Jr. Durante este período desenvolvi um projeto de internacionalização para uma marca que queria se expandir para o mercado uruguaio. Ao final do projeto, como queria continuar fazendo parte da EJ, me tornei Diretor Administrativo Financeiro. Sempre tive um “pézinho” no empreendedorismo e o período de um ano que estive na gestão da EJ, só fez com que isso se reforçasse mais ainda
Ao final deste período, fui convidado para trabalhar em uma empresa de equipamentos de esportes aquáticos, como Kitesurfing, Stand Up Paddle e Surf. Como era uma empresa pequena onde acabava tendo grande liberdade para dar ideias de negócio e de processo, sentia como se o resultado e o sucesso da empresa também estivessem em minhas mãos.
Ao sair desta empresa, como estava entrando no meu último ano de faculdade, senti que precisava ter outras experiências profissionais. Virei estagiário na Sentimonitor uma empresa que possuía um produto de monitoramento de mídias sociais. Durante o período que trabalhei lá era responsável pela prospecção e qualificação de novos clientes. Durante este período, como também era uma empresa pequena, (sim, sou atraído por empresas onde seja possível ter o sentimento de dono) e tinha muito contato com possíveis clientes, ao fazer as reuniões de qualificação, conseguia identificar os principais problemas que as empresas que faziam parte do nosso product market fit tinham, e os principais feedbacks que eles traziam sobre a nossa proposta de solução. Isso fez com que eu começasse a desenvolver a vontade de influenciar o que deveria ser desenvolvido e que traria valor para os nossos clientes.
Ao sair da Sentimonitor, entrei na 4all como Analista Comercial, sendo responsável pela análise dos KPIs de uso de um super aplicativo All in One, similar ao PayTM e ao WeChat. Depois de algumas pivotadas de negócio e de produto, acabei migrando para a área de marketing na empresa, onde era responsável pelo lançamento de produtos digitais e, já que havia feito um curso de introdução à análise de dados e também na ferramenta de BI, Tableau, responsável pelo desenvolvimento de alguns Dashboards com dados de negócio e produto.
Nesta mesma época, dentro do time de marketing, estava nascendo um novo produto dentro da 4all. Ao longo do desenvolvimento, surgiu a oportunidade de me tornar o Gerente de Customer Success e tendo este cargo, tive muito contato com os primeiros clientes que utilizavam o produto trazendo muito feedback para a equipe e os principais problemas e necessidades destes clientes. No começo de 2019, o antigo Head de negócio me incentivou a realizar um curso e possuir a certificação de Product Owner. O curso acabou aparecendo no momento certo, pois me encontrei na área e alguns meses depois, tive a oportunidade de me tornar o PO deste produto.
Desde lá venho sendo o responsável pela visão e desenvolvimento do principal produto da Iris, uma plataforma de relacionamento e retenção para marcas B2C. A Iris, uma empresa especializada em marketing baseado em dados, surgiu a partir de um spin off da 4all.
Por que você quis se tornar PO?
Ainda quando estava trabalhando na Sentimonitor, compreendia a real necessidade dos clientes durante as ligações de prospecção e qualificação, e queria que estes feedbacks que estava coletando influenciassem no desenvolvimento de melhorias que trouxessem valor para os clientes.
Nos lugares onde passei, sempre acabei tendo o espaço para sentir que também era dono do produto e do negócio. E ao entrar na 4all, convivendo com POs e PMs, comecei a entender que era por ali que poderia utilizar o conhecimento que tinha para gerar resultados para o negócio. Acabei buscando aprender skills que me deixassem mais perto deste objetivo, como SQL e análise de dados, e quando a oportunidade apareceu, eu estava preparado para ingressar na carreira de produto.
Antes de entrar na área de Produto, você chegou a se questionar se tinha o background certo?
No início na 4all como analista comercial, ao conviver e ter contato direto com pessoas que trabalhavam com produto, lembro que sempre ficava muito empolgado com a possibilidade de impactar diretamente no que iria ser desenvolvido com base nos dados que trazia da vida real dos nossos clientes. Mesmo entusiasmado e sabendo o “por quê” de resolver certo problema, sempre questionava se não deveria ter um amplo conhecimento técnico para conseguir chegar no “o quê” e no “como”.
Com o passar do tempo, fazendo parte das primeiras reuniões do produto que sou PM hoje, e tendo muita clareza do nosso negócio e do problema que queremos solucionar, o “background certo” praticamente veio de maneira orgânica e natural, fazendo com que a minha transição da área de marketing e customer success para a área de produto fosse quase que natural.
Logo nos primeiros dias já na área de produtos quais foram seus principais desafios e como deu a volta por cima?
Acredito que um dos principais desafios da área de produtos é achar que todas as ideias e o “como” devem vir do responsável pelo produto. Ser um Product Owner ou Product Manager significa entender os principais problemas a serem resolvidos e o que gera valor para os clientes, seja através de entrevistas, benchmarks de outros produtos e principalmente através de análise de dados e métricas. O “como” se constrói em conjunto com o time. No momento que isto ficou claro e comecei a dar mais liberdade para o time propor as suas soluções para o que sabíamos que precisava ser feito, o resultado acabou sendo muito produtivo.
Por que você escolheu a PM3 e o que mudou depois do curso?
Primeiro, busquei um curso de Product Manager para adquirir mais conhecimento na área de produtos e para aplicar estes conhecimentos dentro da Íris.
“Escolhi a PM3, dentre outros cursos, pois foi a que apresentou a melhor proposta de conteúdo, organizada de maneira mais clara e completa em seus módulos, trazendo assuntos de todo o processo de desenvolvimento de produtos digitais. Sem contar que todo este conteúdo é apoiado por cases reais de produto por um excelente time de professores de grandes cases de empresas digitais do país.”
O que mudou depois do curso? Acredito que consigo agora ter uma visão muito mais estratégica sobre o desenvolvimento de produtos digitais, analisando os dados do produto de uma maneira mais qualificada e priorizando o que deve ser desenvolvido, buscando maximizar o valor entregue para o cliente, no menor tempo possível, sem prejudicar a qualidade.
Algum conselho para quem aspira entrar na área e se tornar um PM?
Eu acredito que um bom conselho para quem aspira a entrar na área e se tornar um PM é ler e estudar muito sobre o assunto, este é um conselho que é sempre bom reforçar. Trabalhar com gestão de produtos demanda muita organização e clareza. Encontre uma maneira de organizar as suas ideias e passar a visão do produto de uma maneira clara para o seu time. Ter uma boa comunicação em equipe é algo imprescindível para o sucesso de um produto.
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