Saúde mental do líder: estratégias para uma carreira saudável
Isabele Reusing

Isabele Reusing

10 minutos de leitura

Panorama do Mercado de Produto

No mundo corporativo, há um turbilhão de afazeres e o surgimento constante de novas demandas. Tudo isso é somado à pressão para tomar decisões estratégicas e gerar resultados. Nesse cenário, um aspecto muito importante acaba sendo deixado de lado: o bem-estar e a saúde mental do líder

Porém, a orientação para situações de emergência em voos de avião se encaixa muito bem nessa realidade: “em caso de despressurização, coloque a máscara de oxigênio primeiro em você, para depois tentar ajudar o outro”. 

Ela ilustra perfeitamente a importância de cuidar de si mesmo antes de pensar nos demais, um conceito que pode ser aplicado ao mundo corporativo. Afinal, ser um líder capacitado envolve, além das habilidades técnicas e de gestão, a capacidade de autocuidado.

Você está em busca de alternativas para lidar com as demandas de maneira saudável e evitar o esgotamento? Neste artigo, mostramos os principais desafios enfrentados pelas lideranças quando o assunto é saúde mental. Também, as estratégias que podem ser implementadas para melhorar a sua. Boa leitura!

Qual é a importância da saúde mental para líderes?

A saúde mental do líder impacta diretamente na sua capacidade de se relacionar com os funcionários e tomar decisões. Além disso, líderes que priorizam sua saúde mental costumam apresentar níveis mais altos de inteligência emocional, empatia e resiliência

Essas características podem parecer superficiais, mas, na verdade, acabam exigindo bastante dos líderes. Assim, impactando não só na sua saúde mental como também na de seus liderados.

De acordo com uma pesquisa feita pela Deloitte, 94% dos funcionários acreditam que as lideranças possuem pelo menos alguma responsabilidade por seu bem-estar. São 96% dos gestores que concordam com essa afirmação. 

Ao mesmo tempo, apenas 26% deles assumem promover atividades ou desafios para assegurar o bem-estar da equipe. Isso mostra uma lacuna significativa entre a percepção do problema e a ação, destacando a necessidade urgente de abordar o tema saúde mental entre as lideranças.

Desafios de saúde mental na liderança

Nos dias de hoje, está evidente que liderar vai bem mais além de coordenar uma equipe com o objetivo de alcançar as metas do negócio. Também faz parte do papel de um bom líder criar um ambiente positivo e incentivar o desenvolvimento.

Tudo isso sem deixar de lado o bem-estar da equipe. Afinal, é o que vai impactar diretamente na produtividade dos colaboradores, no seu engajamento com os objetivos da empresa e, consecutivamente, nos resultados obtidos.

Podemos dizer que ser um líder é uma tarefa muito gratificante, mas também muito desafiadora. Se você está encontrando dificuldades para equilibrar as pressões internas e externas, saiba que isso é bastante comum. 

Mas a atenção a esse aspecto precisa ser redobrada quando começam a aparecer indícios de que esses desafios estão prejudicando a sua saúde mental. Veja a seguir alguns dos principais pontos de atenção quando falamos em saúde mental do líder.

Pressão e estresse constantes

Entre prazos apertados, metas ambiciosas e expectativas elevadas, faz parte da rotina de um líder ser submetido a cobranças mais intensas. No entanto, essas cobranças podem elevar o nível de estresse e acabar provocando problemas de saúde mental, como a ansiedade e a depressão. 

O estresse constante também pode resultar em esgotamento (ou Burnout). Trata-se de um estado de exaustão física e emocional que compromete a saúde e o desempenho dos profissionais em todas as áreas de atuação.

Tomada de decisão sob pressão

Tomar decisões estratégicas e passar por situações difíceis é uma parte inevitável do trabalho em qualquer cargo de liderança. O peso que essas decisões importantes trazem consigo também pode causar altos níveis de estresse e de ansiedade, principalmente quando há consequências importantes em jogo.

A responsabilidade de tomar a decisão correta pode se tornar muito pesada. Com isso, acaba impactando de forma direta na saúde mental do líder e, por extensão, de toda a equipe.

Isolamento profissional

Os líderes, frequentemente, acabam se afastando dos demais e passam a enfrentar um alto nível de isolamento profissional. A consequência disso são os sentimentos de solidão e desamparo recorrentes. 

Essa sensação é causada, em especial, porque muitas vezes o líder não tem com quem compartilhar seus problemas e preocupações. O isolamento também contribui para o agravamento dos problemas de saúde mental, criando um ciclo de estresse e depressão difícil de romper.

Falta de equilíbrio entre vida profissional e pessoal 

Encontrar um equilíbrio saudável entre o trabalho e a vida pessoal pode ser difícil para os líderes. Isso porque, muitas vezes, se sentem obrigados a “vestir a camisa” da empresa e passam a dedicar longas horas ao trabalho, negligenciando sua própria saúde e bem-estar. 

Esse desequilíbrio tende a resultar em fadiga, estresse e Burnout. Essas, por suas vez, são condições de saúde mental que prejudicam tanto a vida pessoal quanto a profissional.

Desenvolvimento de habilidades interpessoais

Para algumas pessoas, a inteligência emocional, que é exigida de um líder, é algo natural. Porém, para outras, desenvolver essa habilidade é um processo que demanda muito esforço e tempo, até que ela seja internalizada. 

Tanto para desenvolver a empatia quanto as demais habilidades interpessoais, a chave está na compreensão. Ela é fundamental para uma melhor percepção de si mesmo e do próximo. 

Aqueles que têm autoconhecimento e compreensão dos outros conseguem lidar de forma mais eficaz com momentos de tensão, estresse e imprevistos. Considere que essas são situações comuns no cotidiano dos líderes.

Estratégias para manter a saúde mental do líder e das equipes

Deixar de lado os estigmas e reconhecer a importância da saúde mental no ambiente corporativo. Esse é o primeiro passo para promover a mudança no seu ambiente de trabalho e superar as dificuldades relacionadas a esse tema. Confira algumas estratégias que podem ser implementadas para isso.

Crie uma cultura organizacional transparente

Ter uma cultura organizacional transparente e que prioriza elementos como o respeito, a colaboração e a responsabilidade é essencial. Há uma necessidade cada vez maior de se pensar na saúde mental do líder e das equipes. Logo, esse tópico deve fazer parte do planejamento estratégico e ser incorporado na cultura da organização. 

É por meio dessas diretrizes que os líderes e profissionais de gestão de pessoas vão  elaborar as estratégias a serem desenvolvidas. Esse direcionamento também vai contribuir para que as lideranças sejam mais eficazes e resilientes, favorecendo o seu próprio crescimento e o dos liderados.

Incentive o autocuidado

É essencial que os líderes coloquem em destaque a importância de cuidar de si mesmos. Para isso, podem adotar práticas como sono adequado, alimentação saudável e participação em atividades que proporcionem prazer e relaxamento.

Ao demonstrar que valoriza a sua saúde mental e o seu bem-estar, você dá o exemplo para as pessoas ao seu redor, reafirmando a mensagem de que cuidar da saúde mental é importante e necessário. Essas ações também ajudam a promover uma cultura mais positiva e amigável no ambiente de trabalho. 

Tenha uma comunicação assertiva

Possivelmente, esse é um dos aspectos mais discutidos no que diz respeito à liderança. Uma comunicação transparente e objetiva torna mais fácil a delegação de tarefas e o cotidiano mais produtivo. 

Também faz com que a equipe se sinta à vontade para compartilhar seus pensamentos, preocupações e desafios, sem medo de críticas ou represálias. Assim, a comunicação assertiva, empática e com escuta ativa contribui para construir a confiança das equipes, minimizando o estresse e a ansiedade no ambiente de trabalho.

Priorize o equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional 

Mais do que dominar as dinâmicas complexas do universo corporativo, o grande desafio para muitos profissionais é equilibrar a vida pessoal e o trabalho. Por isso, os líderes podem (e devem) dar o exemplo, incentivando uma cultura que prioriza não só a qualidade das entregas, mas também o bem-estar de todos os envolvidos no projeto. 

Uma boa maneira de colocar isso em prática é definir horários de trabalho razoáveis e incentivar intervalos adequados durante o expediente. Também faz parte desse processo 

criar o hábito e incentivar os funcionários para que tenham hobbies, pratiquem exercícios físicos e outras atividades, evitando que o trabalho seja a única fonte de satisfação.

Busque apoio de mentores e especialistas

Além das estratégias mencionadas, ao passar por um momento desafiador, é essencial que os líderes busquem o apoio de mentores e profissionais devidamente qualificados.

Contar com uma rede de apoio para encontrar a orientação apropriada e um espaço seguro para discutir seus desafios e preocupações ajuda a obter novas perspectivas. Assim, fica mais fácil lidar com o estresse e desenvolver estratégias eficazes para enfrentar as situações do dia a dia que costumam impactar negativamente na saúde mental do líder

Como priorizar a saúde mental do líder e das equipes?

Antes de colocar as estratégias mencionadas em prática, é essencial que todos entendam a importância disso. O ideal é que percebam como elas impactam diretamente na produtividade e na eficiência da empresa de modo geral.

Estamos em um cenário em que os índices de ansiedade, depressão e Burnout relacionados ao trabalho estão cada vez maiores. Portanto, a saúde mental do líder e das equipes deve ser prioridade no planejamento de todas as organizações que buscam se manter sustentáveis em longo prazo. 

Se você é um líder ou está no caminho para ser um, não subestime a importância da saúde mental. Ela é essencial tanto para você exercer uma liderança mais qualificada e resiliente, quanto para o sucesso e o bem-estar de todos à sua volta.
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