O processo de wireframing é usado para criar um esboço inicial de uma interface digital, como um website ou um app, onde é possível estruturar o layout e features de um produto antes de seu desenvolvimento. Essa é uma etapa crucial na criação de produtos digitais, pois oferece uma visão detalhada do esqueleto de uma interface, apoiando as decisões de design de forma otimizada.
Continue lendo para entender melhor o que é wireframing e qual a importância dessa etapa!
O que é wireframing?
Wireframing é o processo de criação de modelos iniciais do design de interfaces digitais, como aplicativos, softwares ou sites, que apoia o processo de validação de ideias e ajuda a entender a estrutura de uma interface em seus estágios iniciais. Através dos wireframes, designers conseguem estruturar os elementos da interface tanto em relação ao layout, quanto em termos de funcionalidade e navegação.
Apesar de oferecer essa representação visual, a criação de wireframes não foca em aprofundar na estética e nos componentes de design, como cores, tipografia, informações detalhadas e imagens. Pelo contrário, é um esqueleto primitivo de como será a interface, oferecendo suporte aos designers e outras partes envolvidas sobre validar ou não uma ideia.
Wireframing e UI Design: como se relacionam?
A criação de wireframes é essencial na construção de interfaces digitais. Portanto, é um pilar indispensável de UX e UI Design. Esses processos têm uma relação direta, uma vez que o wireframing fornece a base para que toda a estrutura de UI seja implementada mais adiante no desenvolvimento do produto, além de considerar a experiência do usuário com a solução.
É através do esboço inicial de uma interface que os designers poderão validar os requisitos do projeto e as ideias de design, comunicando e alinhando as expectativas com os profissionais e os stakeholders do projeto.
Por exemplo, os wireframes poderão destacar os fluxos de informação e navegação, além de descrever funcionalidades do sistema, garantindo que as necessidades do usuário sejam contempladas no produto.
Se a solução não atender a estes requisitos, descarta-se ou altera-se o wireframe e reinicia-se o processo de wireframing com as novas considerações. Como são modelos iniciais e rápidos de criar, os wireframes tendem a ser um investimento de baixo custo, o que ajuda o processo de desenvolvimento caso seja necessário retornar de forma ágil às etapas de levantamento de ideias, conceitos e definição de requisitos.
Principais tipos de wireframe design
Existem três tipos principais de wireframe: baixa, média e alta fidelidade. A escolha sobre qual opção utilizar dependerá dos objetivos e das etapas do projeto. Mas em geral, o processo de wireframing deve ser ágil, barato e funcional, para fornecer a base para as próximas etapas, que normalmente são mais custosas e complexas.
Vamos entender melhor cada um desses níveis a seguir.
Wireframe de baixa fidelidade
São representações visuais que servem para capturar conceitos iniciais sobre o layout, a arquitetura da informação e os fluxos de navegação do usuário. Esses modelos são mais básicos e diretos, focando apenas em elementos estruturais para representar o esqueleto da interface, como a posição dos componentes e a organização da informação.
Pode-se fazer os wireframes de baixa fidelidade à mão com lápis, canetas e papéis, como esboços visuais da estrutura, ou através de ferramentas de wireframing intuitivas como Balsamiq, Miro, Sketch ou Adobe XD. Além disso, como são modelos rápidos de construir, por isso, é possível descartá-los com facilidade.
Wireframe de média fidelidade
Os wireframes de média fidelidade são modelos mais refinados que os de baixa fidelidade e oferecem mais detalhes sobre o layout e as funcionalidades da interface. Podem incluir alguns elementos de arquitetura da informação, como legendas, anotações e alguns conteúdos, além de componentes de design, como uso de espaços, dimensões do layout e tamanhos.
Um wireframe de média fidelidade é um ótimo recurso para obter uma visão mais precisa do produto após a validação de ideais iniciais de design. Além disso, é ideal para testar diferentes fluxos de usuários e para descrever as principais funcionalidades do produto. Portanto, os modelos de média fidelidade são fundamentais para refinar o design e o layout da interface antes de implementar os componentes de design visual ao produto.
Wireframe de alta fidelidade
Wireframes de alta fidelidade são os modelos visuais mais próximos da aparência final da interface e suas funcionalidades. Neles, inclui-se elementos finais de design e de identidade visual, como cores, tipografia, ícones, botões, imagens, etc. Além disso, possibilitam testes de interatividade para avaliar os fluxos de navegação do usuário e ajustar o que for necessário.
Ainda assim, esses modelos precedem a criação de um protótipo. Ou seja, apesar de mais completos, eles não são (nem devem ser) tão detalhados quanto um protótipo de produto. Afinal, uma das maiores vantagens do wireframing é poder criar modelos visuais e estruturais sem perder muito tempo e recursos, iterando com mais facilidade.
Para criar um wireframe de alta fidelidade, orienta-se o uso de softwares como o Figma, que é bem robusto e completo, assim como, com ferramentas como Sketch, InVision e Adobe XD.
Como criar um wireframe?
O wireframe é um processo basal para a criação de um produto digital e há várias formas de criá-lo. Confira as etapas e algumas dicas para construir um wireframe de interface digital!
Entenda os requisitos do projeto
O primeiro passo para fazer wireframing é, antes de tudo, obter informações sobre o projeto, seus objetivos e as necessidades do usuário através de pesquisas, dados e alinhamentos com stakeholders. Por meio dessas informações, será possível entender o problema a se resolver e ter uma ideia da estrutura e das funcionalidades que o produto deve ter.
Por exemplo, você construirá uma landing page de um produto promocional ou desenvolverá um aplicativo para uma empresa de delivery? Uma interface de um site ou uma página de login de um app? Ter clareza do problema a se resolver é fundamental para pensar na jornada do usuário e na experiência que ele terá com a interface que você vai criar.
Crie esboços iniciais rápidos
Após obter as informações necessárias, o processo de wireframing começa com a criação de esboços iniciais para testar ideias rapidamente. Para apoiar esse processo, buscar inspirações e referências e alinhá-las com os objetivos do projeto é essencial para entender como estruturar seu wireframe.
Lembre-se que essa etapa requer agilidade e simplicidade. Inclusive, recomenda-se manter os esboços simples e visualmente fáceis de compreender para otimizar esse processo. Sendo assim, comece com papel e caneta, teste e refine suas ideias.
Crie blocos que simulam uma interface e experimente posicionar os elementos do layout e organizar as informações seguindo o fluxo de navegação lógico para uma boa experiência do usuário. Rabisque onde cada elemento da página estará (logo, botões, caixas de textos, imagens, etc.), e pense como organizá-los para fazer com que o usuário faça o que precisa fazer na página de maneira descomplicada.
Recomece sempre que for preciso e teste várias opções de estruturas, fluxos de navegação, organização da informação e layouts até que encontre a que mais se alinha aos objetivos do projeto.
Faça wireframes de média e alta fidelidade
Após validar o esboço inicial, você poderá reconstruí-lo em um software de wireframing e prototipagem. A diferença entre essa etapa e a anterior é a adição de mais detalhes sobre a estrutura de layout, e a possibilidade de testar os fluxos de navegação e a organização das informações com mais precisão.
Por exemplo, se no esboço inicial você adicionou linhas para representar os textos da interface, em um modelo de média fidelidade, você poderá adicionar algumas informações básicas para ajudar na compreensão da estrutura, como palavras em um botão, ou legendas em um menu.
Além disso, ao digitalizar seu wireframe, você poderá usar recursos de interatividade, que são fundamentais para construir as funcionalidades da interface, que antes estavam apenas descritas em um esboço inicial.
Em um wireframe de alta fidelidade, esse modelo será ainda mais próximo da aparência final, incluindo detalhes como a hierarquia dos componentes, logo, informações, imagens, tipografia da página e cores da identidade visual.
Revise e itere, mas não foque muito nos detalhes
Após criar seu wireframe, é comum apresentá-lo às partes interessadas, principalmente os modelos de média e alta fidelidade, para possíveis ajustes antes de passar para a fase de mockups e prototipação do produto. Esses feedbacks são importantes para refinar aspectos da interface e ajustar o wireframe na medida do possível.
Porém, lembre-se que essas representações visuais tem como características principais sua agilidade. A ideia aqui é ter uma visão da estrutura e funcionalidades do produto. Os componentes de design e a estética serão refinados em outro momento. Por isso, recomenda-se que o designer não se apegue muito aos detalhes, já que o objetivo é testar de maneira rápida e simples.
Conclusão
O processo de wireframing é um pilar indispensável de UX e UI design, criando a fundação necessária para a construção de grandes ideias de design.
Através deles, designers podem estruturar, organizar, comunicar, validar e iterar conceitos de design, explorando aspectos essenciais como:
- Layout da interface;
- Fluxos de navegação;
- Arquitetura da informação.
Além disso, podem alinhar esses componentes aos objetivos do projeto e às necessidades do usuário para criar produtos eficazes. Se você chegou até e está começando um novo projeto, agora tem acesso ao instrumental necessário para criar wireframes de sucesso, que futuramente se tornarão interfaces digitais de sucesso.
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